segunda-feira, janeiro 12, 2004

Terra de ninguém

Uma das coisas que aprendi nesses 34 anos foi tentar entender o papel de algumas pessoas na minha vida. Coraçãozinho é terra de ninguém, já disseram com muita propriedade.

Algumas pessoas entram sem avisar, sem pedir licença, jogam papel de bala no chão, falam alto, desrespeitando momentos de quietude, abrem a geladeira sem a menor cerimônia. E saem sem fazer a cama, sem lavar a louça, sem tirar a poeira.

Outras não...outras entram com delicadeza, abrindo a porta o suficiente para fazer tocar o sino de vento. Sentam na beiradinha da cama, tiram da mala um velho porta-retrato e ajeitam um canto para ele na mesinha de cabeceira. Enchem a casa-coração de girassóis e perfumam o ar com alecrim. E, quando menos esperamos, estão andando pelos cômodos, arrastando pantufas de plumas...

São assim as pessoas que eu amo...



Nenhum comentário: