sexta-feira, janeiro 09, 2004

O olhar passeou...

por um caso de assédio. Foi comigo. Não, assanhados, não foi um assédio sexual. Ia ser legal assim, numa sexta, mas não foi. Foi um assédio bancário. Eu ainda não sei lidar muito bem com pessoas insistentes, mas hoje dei o meu primeiro passo de tartaruga em direção à liberdade de expressão. Fui pagar uma conta. Essa conta eu pago sempre com um mês de atraso. O mundo inteiro sabe disso, tanto que o mocinho cobrador do Banco nem me liga mais. Lá fui eu: tira celular, tira chave, tira frente do rádio do carro, tira máquina de fotinhas para poder passar na porta giratória. Cheguei aos caixas e...pimba!!! Não tinha senha!! Volta para pegar senha. A maquininha da senha está quebrada. Chama o guarda. Pega uma senha rústica, escrita à mão. Ihhh, fila quilométrica. Resolvi pagar no envelope. A mocinha que calcula está ajudando uma senhorinha simpática que não sabe mexer na máquina. Aparece o gerente (é ele, o assediador!!!). Ele diz que o cálculo tem que ser feito por uma mocinha lá de dentro, pois é necessário ligar sei lá para onde. Começo a explicar para ele que eu sempre paguei atrasado, que o mundo...desisti. Não sei o que ele colocou na cadeira onde eu sentei, mas, quando dei por mim, estava hipnotizada, ouvindo coisas como "taxas menores", "cheque especial", "linha de crédito aprovada" e tirando cepefê e carteira de identidade da bolsa. A mocinha, com carinha de inocente, segurava uma proposta de abertura de conta. Ahá!! Mas eu fui mais forte. Peguei o meu carnê (e ela nem ligou para lugar nenhum para calcular o atraso), arranquei meus documentos da mão dela (delicadamente, é claro) e disse, superior,: "Tô com pressa. Liga pra mim depois, tá?". Sou ou não sou uma mulher dura e impositiva?

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