sexta-feira, julho 02, 2004

Caminhando e cantando

De vez em quando, eu tenho umas idéias de jerico. Tá, não é tãããooo de vez em quando, mas também não é todo dia.

Na quarta-feira eu tive uma. Hoje tive outra. Vamos pela ordem.

Eu precisava fazer uma perícia de um tratamento dentário. O perito fica no Setor Comercial Sul. Eu trabalho no Banco Central. Isso dá uns 400m ou 500m. O horário era 11h15. Eu estava de sandalinha de salto. E com pressa. E atrasada. E o caminho é bem estragadinho, em alguns trechos não tem nem calçada direito.

Misturando todos esses dados em um cérebro com condições perfeitas de temperatura e pressão, o resultado seria: vou de carro.

Mas, como quem processou os dados foi o meu cérebro, o resultado foi: vou a pé!

Saldo: uma lista imaginária de cacarecos para comprar em camelôs, dez ou doze tropeções, uma recordação das balinhas que eu comprava na porta do colégio, uma recordação do tempo que um amigo meu passou no Hospital de Base, observações dos rostos das pessoas, muita conversa de mim comigo mesma e uma bolha monstruosa na sola do pé direito.

E antes que alguém diga que o saldo foi positivo, vou logo avisando que a bolha vale por mil. Porque ela me fez sentir muita dor. E porque eu não podia colocar os pés em uma bacia com água e sal. E porque eu precisei trabalhar o resto da tarde. Mas sobrevivi.

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Sobrevivi porque precisava ter a idéia de jerico de hoje, é claro.

Comprei uma revista, acho que da Avon (comecem a avaliar o estrago, por favor), sobre Pilates. Veio o kit completo: revista com os exercícios básicos, uma bola bem legal e umas borrachas estranhas, com cara de acessório SM. E lá fui eu começar a minha vida saudável.

Primeiro, eu preciso dizer que já fui bailarina. Que o meu corpo já foi flexível, leve, tal qual uma lagartixa. Tá certo que foi no século passado, mas foi real. Eu pensava em um movimento, meu corpo respondia, lindo, saudável.

Hoje, estou esta ruína balzaquiana (draminha básico). Logo nos primeiros exercícios, meu pescoço travou. Um movimento que eu fazia, literalmente, com um pé nas costas. Estou um pau!!! E vim trabalhar assim, toda dolorida, do pescoço ao pé embolhado.

Vou perguntar de novo: quem contratou um roteirista mexicano para escrever a novela da minha vida??? Eu queria o Manoel Carlos!!!

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