segunda-feira, julho 12, 2004

Um homem, uma mulher, uma criança e um carrinho de compras

Local: Um famoso hipermercado de Brasília

Horário: Perto das 21h

Moça solteira entra na fila do caixa rápido para comprar uma orquídea e um pão-pizza. À sua frente, já se encontram um homem com sua filhinha. No carrinho dos dois, caixas de sucrilhos, muitos chocolates, sorvetes e latinhas de cerveja.

Ele – Nossa, que flor bonita! É para a sua casa?

Ela (avaliando o material e concluindo que valia a pena responder) – Não, é para a minha mãe. Aniversário de casamento...

Papo vai, papo vem, ela descobre que ele tem 35 anos, que é separado, que a filhinha mora com a mãe, mas passa os finais de semana com o pai. Ele pergunta o nome dela, se ela mora sozinha. A paquera rola suave, como se espera em uma fila de supermercado. De repente, a menina linda, com encantadores olhos azuis, resolve dar a sua contribuição:

– Quando eu fizer 18 anos, vou morar com o papai.

Ele – Ela mora com a mãe e com a avó. Sabe como é, na casa do pai ela acha que vai ter mais liberdade...

Ela – É, isso é um padrão...

Menininha – Eu quero morar com o meu pai porque minha vó fica falando que ele é um vagabundo...

Ele – O que é isso, minha filha...a sua avó fala demais...

E lança um sorriso que busca a compreensão da moça.

Menininha – Pai, ela diz que você não presta, que só me dá besteira para comer, que bebe demais, que leva um monte de mulheres para casa, que não cuida de mim direito...aí eu choro...

Ai, ai...não é doce ver um amor morrer antes mesmo de começar??


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