quinta-feira, março 30, 2006

Adesivo

Estava eu, hoje de manhã, num baita engarrafamento, a caminho da minha consulta com a doutora das partes íntimas. Meu humor não estava dos melhores. Quem passa por esse tipo de consulta sabe o porquê. De repente, veio pelo acostamento da direita um carro na maior ve-lo-ci-da-de e me deu uma cortada que nenhuma lei da física é capaz de explicar. Eu tomei um susto. De amarela-escritório que sou, passei a branca em menos de um segundo.

Quando juntei meus pensamentos de novo, pude ver um adesivo no vidro traseiro do dito. Singelamente, estava escrito:

PAZ NO TRÂNSITO!


Acho que agora deu, né? Podem revelar as câmeras ocultas!!!

quarta-feira, março 29, 2006

Piscadelas

Eu não sei não, mas acho que não aprendi muitas coisas com os meus erros. E também não me tornei uma pessoa melhor depois de alguns sofrimentos. Tem alguém mentindo pra mim?

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A veterinária da minha pitpoodle me disse que não é para deixá-la (a pitpoodle) subir em camas ou sofás. Porque, desse jeito, ela (a pitpoodle) perde o referencial de hierarquia, e fica achando que é gente.

Se ela (a veterinária) tivesse me dito isso antes, eu teria mandado um monte de seres que conheço sentarem no chão. Deve ser por isso que eles estão jurando que são gente até hoje...















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Mais conversas com as sobrinhas...

Eu - Me deu uma saudade de você hoje!
Céci - Por quê? Você me viu de manhã, antes de eu ir pra escola!
Eu - Não sei, só me deu saudade...
Céci - Tia, eu não entendo você!


Eu - Oi, Laila, Lailoca! A dinda vai te ensinar a música do coelhinho!
Laila - Piri (que, em lailês, significa "peraí")...
Eu - Laila?
Laila - Num quero coelho. Quero a galinha magricela!

quinta-feira, março 09, 2006

Meu sistema está nervoso!

Adoro conversinhas. Um assunto vai emendando no outro, que emenda num outro... quando a gente percebe, já falou do pegador de panela até a cura da Aids.

Hoe tive uma dessas conversinhas com a Laurita e com o Josias. Falávamos sobre as ziquiziras da nossa infância. Eu, dessas doenças infantis, só tive coqueluche. Catapora eu tive com dezenove anos, no dia do que seria o reveillon da minha vida, que eu acabei passando na cama, do lado das minhas duas irmãs, que também estavam com catapora.

Uma irmã da minha avó fazia um remédio para a minha tosse comprida. Era rosinha, mas eu insistia que tinha gosto de asa de urubu. Não, minha mãe nunca me deu asa de urubu para comer. Mas eu estava absolutamente certa, do alto dos meus cinco anos, que asa de urubu tinha o gosto igualzinho ao do remédio.

Eu tomava Biotônico Fontoura todos os dias. E, como sempre tive problemas de garganta, minha mãe ainda amassava uma semente de sucupira e punha dentro. Um dia, eu li no rótulo que o Biotônico era bom para os nervos. Depois disso, eu passei a espalhar pelo colégio que eu tomava remédio para os "nervos". E todo mundo me olhava meio estranho. Quando descobriram que o teor alcoólico desse tônico era levemente elevado demais, eu entendi que a leseira que me dava não era por causa dos "nervos"...

Esta era a minha "farmacinha" infantil:






quarta-feira, março 08, 2006

Verniz

A criatura esquisita que mora dentro de mim tem se aproximado cada vez mais da superfície. Ela chega devagar e encosta a testa na parede de verniz, ouvindo desalentada as coisas que eu digo. Assistindo desesperada às coisas que eu faço.

"– Sim, eu posso."
"– Não, não tem problema!"
"– É claro que eu entendo!"
"– Vamos para onde você quiser..."
"– Concordo... desse jeito fica melhor..."


Mas ela, a criatura esquisita, já anda tomando providências. Andou fuçando pela parede de verniz e começou a puxar um cantinho que estava descascando. Um dia ela sai.


Manias, eu?????

"Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que o diferenciem do comum dos mortais. E, além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para estarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blog's aviso do 'recrutamento'. Ademais, cada participante deve reproduzir este 'regulamento' no seu blog."


Nossa... tive um trabalhão para descobrir estas minhas manias... kkkk

1. Tenho mania de puxar com os dentes a pelinha que fica do lado da unha. Até machucar. Aí fico com os dedos todos doloridos.

2. Esta foi o meu amigo David que lembrou: mania de passar creme nas mãos. De dois em dois minutos.

3. Dormir de lado (de preferência sobre o lado esquerdo), com o tendão-de-aquiles do pé esquerdo encaixado no vão entre o dedão e o segundo dedo do pé direito.

4. Outra de dormir: só durmo com o ventilador ligado e com edredon. Mesmo que esteja muito calor. E nada de edredon light. Tem que ser pesadão!

5. Chamar as pessoas de "pessoas". Uma elegia ao óbvio ululante!


Agora, vamos passar a batata quente:

Marcinha, Mi, Max, e Cris

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Vai um chazinho aí?

O que os seus amigos fizeram no sábado? Foram ao teatro? Ao cinema? A uma festa?

Bom, uma das minhas amigas foi a uma reunião do Santo Daime. E ouvir a descrição da experiência mudou a minha vida. Porque essa minha amiga é de uma autenticidade fascinante. Faz escova progressiva, usa unhas de porcelana, curte música sertaneja, tem várias tatuagens, piercing no nariz. Uma figura. Então, tudo o que ela conta não tem qualquer interferência afetada. Ela é o que é e interpreta o mundo a partir da realidade que ela conhece.

Ela contou do lugar, que é lindo. Falou sobre os cristais na mesa do mestre, sobre as cadeiras desconfortáveis, sobre a dosagem do chá, controlada pelo mestre, sobre os banheiros sempre cheios, porque os efeitos são percebidos por cima ou por baixo. Sobre os monitores com baldes, para o caso de alguém não conseguir chegar ao banheiro. Sobre a mulher com mais de 50 anos e com pele de pêssego. E sobre as cores. Sobre a luz branca, que ela enxergava mesmo de olhos fechados. E sobre a sensação de andar sobre nuvens.

"Vou morar numa caverna em Peri e comer calango assado."

Dá para não rir?

No que isso mudou a minha vida? Seguinte: tenho trabalhado com afinco no sentido de tornar a minha vida mais leve, mais fácil de carregar. Minha meta é chegar aos 40 anos praticando um hedonismo saudável. Quando converso com pessoas que se permitem, que experimentam o novo, fico encantada. Porque eu tenho uma dificuldade muito grande de me permitir. Eu sofro por coisas mínimas. Coloco lente de aumento em tantas situações ridículas.

Não, não vou tomar o chá, não vou flutuar pelas nuvens. Não agora. Mas, do mesmo jeito que passei a ver as árvores de Brasília com mais nitidez e beleza, quero descobrir em mim as luzes, mesmo sem precisar abrir os olhos.

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Período de dedicação extrema aos livros. No blog, no farra, no nada até passar o concurso do BC.

quinta-feira, novembro 24, 2005

Lindo dia...

Os meus amigos muito queridos que me perdoem, mas eu me entreguei a uma nova droga: sorvete de atemóia. Ainda não conheço todos os sintomas da crise de abstinência, mas já posso citar um olhar distante, uma salivação doce e constante, uma falta de ar que dura meio segundo. Não sei se há cura. Se houver, não me apresentem, por favor!

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Vocês já repararam como o céu hoje está mais bonito? Como o ar está mais suave de se respirar? Que os passarinhos estão cantando mais afinados? Que as pessoas estão sorrindo mais? Que a felicidade existe?

Sim, pessoas, Bia e Lailoca estão em terra brazilis... o mundo é lindo!

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Eu e Márcia já chegamos a uma conclusão "conclusiva": os astros se movem de maneira soturna nos últimos dias. Portas astrais abrem e fecham. Os planetas se alinham. Algo acontece...

Mas também decidimos que isso está acabando. Já, já passa.

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Há algum tempo, eu recebi uns e-mails meio alterados de uma pessoinha amiga de uns amigos meus. Houve umas confusões, uns mal-entendidos, ofensas de ambas as partes. Eu nunca entendi o porquê de ela ter me escolhido para implicar. Eu nunca a vi. Ela nunca me viu. Ela é amada pelos amigos dela. Eu sou amada pelos meus amigos (e agradeço todos os dias por esse amor). Ela é linda. Eu dou uma meia-sola.

Um dia, ela me mandou o link do fotolog dela. Entendi esse ato como uma explicação para muitas coisas. Porque lá estavam muitas justificativas para as atitudes que ela tomou. E tornou-se um hábito diário ir a esse fotolog. Às vezes ela está bem, às vezes está mal.

Não sou santa. Já senti muita raiva dessa mocinha. Mas hoje me pego torcendo pelo bem-estar dela. E me sinto bem melhor assim. Hoje li em um post dela que algumas pessoas estão mandando energias negativas. Eu não faço parte dessa lista, moça. Não mais.

Sentir raiva de alguém é como tomar veneno e esperar que o outro morra.

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Hoje vou fazer uma poesia com algumas das palavras mais lindas que eu conheço:

Nilza-Jair-Fabíola-Fabiana-Cecília-Laila

Meu annjjjooo-Minha rena do nariz vermelho

Kika-Kilka-Macaca-Amilga

Shei-Sheiloca-Sô-Sodange-Gló-Gloves

Gê-Gegê-Gera

Tetereretê-Lelê-Palt-Dauiiiiiiid

Daaaarrrrrllllinnng!!!

Sheila-Sheilinha-Carol-Carolzinha-Leide-Leidinha

Menino-Menino!



AMO VOCÊS!

terça-feira, novembro 22, 2005

Vamos lá

Repita comigo:

Tudo passa... tudo passa... tudo passa... tudo passa...

Agora, deixa de frescura e vai trabalhar!

segunda-feira, novembro 07, 2005

Convite

Podia ser porque ele é maridón da amilga... mas não é por isso!

Podia ser porque a amilga fez chantagem comigo... mas não é por isso!

Podia ser porque eu fiz promessa de ajudar pobres artistas... mas não é por isso!

É porque o trem é bom de verdade. Muito bom!




Vamos? Quer ir comigo e com a Kilka? É só marcar!

quinta-feira, novembro 03, 2005

“Eu tenho uma grande arte. Eu firo duramente aquele que me fere.”

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Essa frase aí em cima está no início do livro "A Grande Arte", do Rubem Fonseca. Sou suspeita para falar desse autor, porque adoro tudo o que ele escreve. Se eu compartilhasse da intimidade dele, acho que adoraria até a lista de supermercado que ele faz (se é que ele faz lista de supermercado)!

À primeira vista, poderíamos pensar na Lei do Talião (olho por olho, dente por dente), mas é muito mais do que isso. Primeiro, que ele chama essa "qualidade" de arte... aliás, de grande arte. E diz que fere "duramente", ou seja, que fere com mais intensidade do que foi ferido.

Pensei, pensei (alerta laranja!!!!!!) e cheguei à conclusão: eu também tenho essa grande arte. Eu firo duramente quem me fere. E quem me fere, normalmente, sou eu... então, eu entro em uma situação cíclica, ferindo e sendo ferida, como aquela imagem da cobra engolindo o seu próprio rabo.

Muita filosofia para um dia de chuva, não? Culpa da Kilka, que fica me emprestando livros sobre anjos, demônios, Batalha Negra e quetais...

quinta-feira, outubro 27, 2005

Em código

Eu tenho um amigo muito antigo. Um dos poucos amigos antigos que tenho. E nós temos uma brincadeira há mais de quinze anos. De vez em quando ele me liga, ou (depois que entramos na era cibernética) me manda um e-mail. E só pergunta uma coisa. Eu respondo. Desejamos um bom dia e uma boa vida um para o outro e nos despedimos. A pergunta começa sempre igual: "E se eu te desse...".

Ontem, vi essa brincadeira no Orkut. A lembrança do meu amigo veio. Já faz um tempo que ele não me pergunta nada.

Por essas sincronias da vida, hoje de manhã bem cedo meu celular tocou. E eu escutei aquela voz conhecida, com um leve sotaque:

"E se eu te desse um barco?"

"Eu iria para longe, porque, às vezes, a vontade de ir embora é maior do que
qualquer motivo para ficar..."

"E se eu te desse uma gaiola?"

"Eu prenderia um passarinho, só para poder soltar depois. Tenho uma
necessidade de ser bom que ultrapassa qualquer limite."

"Bom dia, boa vida."

"Para você também!"

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Brasília está assim hoje:

verde, muito verde. Em alguns lugares, muito colorida, insuportavelmente colorida. Parece que alguém saiu com giz de cera pintando o que antes estava cinza. As flores caem e formam desenhos lindos no chão. E eu, que sempre sinto vontade de deitar no meio da rua, tenho que me controlar e lembrar que preciso trabalhar, pagar contas, encontrar pessoas... é muito difícil viver aqui quando Brasília está assim. Porque dá vontade de parar tudo e de ficar. Ficar debaixo de uma árvore para tomar banho de flores.

E está sonora, também, por causa das cigarras. Estão longe de ser unanimidade, mas eu gosto de sentir a seiva que elas jogam em quem passa pelos estacionamentos das quadras residenciais. E de passar de carro por um grupo de árvores... brrrrr... depois um descampado... depois outras árvores... brrrrr...

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Bom dia, boa vida!

quarta-feira, outubro 19, 2005

Uma rosa é uma rosa

Eu adoro encher o saco das minhas sobrinhas... mordo, belisco, aperto, falou "eu te amo" trezentas vezes por dia. A Céci já até me pediu para eu amá-la um pouco menos. Impossible, dear!

Em agosto deste ano, quando estive na casa da Bia, minha irmã caçula, ensinei para a Laila-Lailoca como dizer "eu te amo" em português. E o gesto de juntar os dedos para dizer "muito". Ela aprendeu direitinho. E eu ficava toda derretida quando ela repetia "Eu te amo... muuuuiiiito"... e juntava os dedinhos.

Depois, descobri que ela não falava "eu te amo". Na verdade, falava "pijamo", com som de "dj" no "j". Ela fazia uma relação fonética com "pijama". E aí ficou.

Hoje de manhã, acordando com esse calor carnavalesco, pelo telefone:

– Oi, Lailoca, cara de pipoca! Tudo bem?

– Oi, dinda! Pijamo!

– Eu também pijamo, minha linda!

– Muuuuiiiiitttooo...



E precisa de mais?

Queeennnntttteee!!!

"Que calor carnavalesco!"

Sim, minha amiga. Carnavalesco ad nauseam...