segunda-feira, julho 25, 2005

Ziquizira Card

- Descobrir que o corretor do seu plano de saúde deu um golpe no escritório e fugiu com o seu cheque... R$800,00

- Receber a fatura do seu cartão e perceber que a American Airlines não só não estornou a primeira parcela da passagem que vc cancelou, como também cobrou a segunda parcela... R$839,00


Tudo bem, tudo bem... eu já entendi tudo... eu preciso aprender alguma lição sobre alguma coisa. Mas já deu, né? Dá para parar com esse estágio de urucubaca? Cansei!

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Ah!

- Viajar na quinta para a Alemanha para ver a irmã-mais-do-que-amada e a sobrinha-afilhada-coisa-mais-linda-do-mundo... NÃO TEM PREÇO!!!

quinta-feira, julho 21, 2005

Um grilo

Conta a história que um general romano, sempre que voltava vitorioso de uma batalha, fazia o desfile pelas ruas da cidade com um grilo bem perto de seu ouvido. Enquanto a multidão o ovacionava, o grilo dizia "Você é humano, vai morrer. É feio, barrigudo, doente". E isso fazia com que o general tivesse cada vez mais vitórias em suas batalhas. Porque o grilo não permitia que ele acreditasse na multidão, que o considerava um deus.

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Essa história se encaixa perfeitamente no momento político que estamos vivendo...

quarta-feira, julho 20, 2005

Teorias para quem precisa

Existem milhares de teorias pela aí, não é mesmo? Eu gosto muito de algumas. E gosto bastante da idéia de pensar, elaborar uma teoria e depois descobrir que ela já era mais velha que andar para frente. Porque isso fecha um ciclo.

Depois de assistir ao filme "Guerra dos Mundos", comecei a reciclar uma das minhas teorias prediletas: a dos microuniversos. Todas as relações humanas se repetem em escalas diferentes, dependendo do ambiente em que ocorram. Às vezes, ficamos horrorizados com as atitudes do chefe de uma nação, do general de um exército, que detonam guerras e comprometem vidas inocentes. Mas esquecemos que, em medidas menores, também comprometemos a vida de quem nos acompanha com as nossas decisões erradas, baseadas no orgulho ou em outros sentimentos desafiadores.

E tem também a teoria do tempo. Um dia, eu estava tomando banho, e me veio um click! Há dez anos, eu tinha planos. Planos que eu acabei não realizando, por um motivo ou outro. Então, comecei a perceber que estava vivendo uma espécie de flash-back do futuro. Sim, porque dali a dez anos, eu teria outro click sobre os planos que estava começando a fazer naquele momento. E, de repente, vi que estava tudo ali, ao meu alcance. Que tudo é realmente provisório.

Resumindo: não há coisa nova sob o sol. Só a nossa capacidade de reinventar nossas experiências.



Frida Kahlo – El Abrazo

quarta-feira, julho 13, 2005

Conversinha miúda

Eu estou aqui, tentando manter o nariz (congelado) para fora desse mar de lama que tem corrido em Brasília nas últimas semanas.

Só para registrar: não suporto mais olhar para aquele Roberto Jefferson. Não gosto dele desde quando havia mais dele no mundo. E fico estupefacta quando algum amigo meu diz que ele está "ótimo", que ele é "o máximo".

Peraí... como ele sabe de tanta coisa, com tantos detalhes? Entre tantos bandidos, ele está no Top 10. E ainda vira herói?

O único jeito é apelar para a filosofia oriental. Crises são sinais de mudança. Um terremoto nada mais é do que a acomodação das camadas da Terra. Vamos pagar (como nesses anos todos) para ver.

Estou torcendo para que tudo acabe bem. Eu e a velhinha de Taubaté aqui do lado...

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Vc já foi ver Madagascar??? Vai, vai!! Eu adorei, é muito engraçado. E muito bem feito.

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E Guerra dos Mundos? Vá também. Um amigo meu diz que os filmes do Tom Cruiser se dividem entre aqueles que ele faz de óculos escuros e os que ele faz sem óculos escuros. Os sem óculos são bons.

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Fantástico. Domingo. ONG Amigos do Bem. Maravilha. Parabéns!!!

quarta-feira, julho 06, 2005

Tempo da delicadeza

– Banco do Brasil, bom dia!

– Bom dia, o senhor Jonei, por favor.

– Quem gostaria?

– Meu nome é Fabrícia.

– Fabrícia de onde?

(Eu nunca sei como responder a essa pergunta. De Belém? Da minha casa? Daqui de Brasília mesmo?)

– Como assim?

– Física ou jurídica?

– Faz diferença?

– Sim, senhora. Existem os gerentes de contas físicas e os de contas jurídicas.

– Sei... mas o Jonei é de pessoa física ou de pessoa jurídica?

– Ele é o gerente geral...

– Então, é com ele que eu quero falar...

– A senhora não pode me adiantar o assunto?

– Não... se eu quero falar é com ele, como eu vou adiantar o assunto para vc?

– Mas qual é o assunto?

– Eu posso falar com ele?

– Só se a senhora vier aqui pessoalmente.

– Ah, ele não atende ao telefone?

– Às vezes. Mas, se a senhora vier aqui, consegue falar com ele.

– ...



Estou procurando as câmeras até agora... era uma pegadinha, só podia ser...

segunda-feira, julho 04, 2005

A Teoria do Espelho

Antes de começar a minha sessão de divagação, devo avisar que não pretendo ser autora de auto-ajuda. São constatações apenas... vamos a ver:

Esse sentimento de ser uma fraude começou há uns dez anos. Havia essa incapacidade enorme de receber elogios. Não era uma simples vergonha. Era o embaraço de me saber não merecedora desses elogios. Então, eu era uma fraude.

O tempo passou e, com a maturidade, o sentimento de fraude só aumentou. Imaginava eu estar desmentindo aquele ditado que fala sobre enganar todos o tempo todo. Eu conseguia! E magistralmente.

Eu não era tão bonita, nem tão inteligente. Não era forte, nem corajosa. Eu tinha medo. E, às vezes, mentia. E, às vezes, criava situações para chamar a atenção das pessoas que eu amava. E isso fazia de mim uma fraude maior ainda.

Minhas irmãs, minhas amigas estavam vivendo vidas reais, sentimentos concretos, enquanto eu estava sempre metida em um relacionamento impossível, cheio de meandros sofridos.

Hoje eu lido melhor com isso. E elaborei a Teoria do Espelho: as pessoas vêem em mim reflexos do que elas são. Por isso me acham tão bonita, tão legal, tão especial. Minha fraude agora tem razão de ser.

Ah... não estou triste não... nem amarga... estou gripada, e é só.

quarta-feira, junho 29, 2005

Dando o braço a torcer...

Minha mãe, aquela mulher de olhar doce, tem idéias que beiram o terrorismo. Mas sabe que, algumas vezes, eu sou obrigada a concordar com ela?



29/06/2005 - 10h36
Mãe deixa bebê preso no carro por 1 hora para fazer compras


RIO DE JANEIRO (Reuters) - Uma mãe foi detida por abandonar dentro de seu carro a filha de pouco mais de 1 ano para fazer compras em um shopping na zona sul do Rio de Janeiro, informou a polícia nesta quarta-feira.

A mulher, de 43 anos, afirmou que deixou o bebê dormindo em seu carro no estacionamento do Shopping da Gávea para fazer compras na noite de terça-feira.

Frequentadores do shopping perceberam que a criança estava chorando muito e acionaram a segurança do local. O Corpo de Bombeiros foi chamado e arrombou o veículo para socorrer a criança.

"Não imaginava que iria demorar tanto tempo", disse a mãe após prestar depoimento na delegacia do Leblon. Ela foi autuada por maus-tratos.

"Nós avisamos o que estava acontecendo pelo sistema de alto-falantes (do shopping), mas a mãe não apareceu", informou o supervisor do local, Rogério Costa.

A mãe teve de pagar fiança de 1.300 reais para deixar a delegacia, mas ainda pode receber pena de 3 a 6 anos de reclusão.

Segundo testemunhas, a mãe teria passado cerca de uma hora dentro do shopping, na zona sul da cidade, e chegou ao veículo com muitas sacolas de compras.

O bebê deve ficar sob a guarda do pai, que é separado da mulher, segundo a polícia.

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Como é difícil manter a postura cristã em alguns momentos...

segunda-feira, junho 27, 2005

Is that all?

Fim de semana teve sessão de cinema na casa da amilga. Estréia do rómi tiater. Muito bom... "Sin City" é um filme excelente. Para quem gosta do gênero, é óbvio. E eu gosto pacas!!Além do mais, teve creme de milho. Ela sabe que pode conseguir qualquer coisa de mim com aquele creme de milho. Não sou coisa alguma diante daquele creme de milho...

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Corte rápido para sexta-feira!

Cena: Amilga, marildo da amilga e eu. Onde? No Chilli Pepper, por supuesto... entupindo a burra de chili.

Eu: Existem certos filmes a que eu não posso assistir...

Amilga: Tipo?

Eu: Assisti a "Monster" outro dia. No dia seguinte, estava eu no Google procurando serial killers...

Silêncio do outro lado da mesa... amilga e marildo trocam olhares... sussurros:

Amilga: Giovane, a minha bolsa está mais perto de você. Pega aí e vamos sair correndo...

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Dizem que o alemão é uma língua dura, grosseira. Né não, povo... essa língua é de uma delicadeza, de uma sutileza...

Temos "saudades", não é? A nossa é uma das poucas línguas que conseguiram traduzir em uma só palavra esse sentimento tão absurdo, tão amplo. Melancolia, falta, buraco no peito, dor no peito, solidão... tudo reunido em oito letras... e tem que ser no plural, tem que ser...

Pois então: no alemão existe Weltschmerz, que, com toda essa força, significa "dor do mundo". É a capacidade que temos de compartilhar o sofrimento de um outro ser humano, mesmo que esse outro ser humano esteja do outro lado do mundo. É uma compaixão misturada com culpa e com impotência. E, ao mesmo tempo, é uma alegria por nos sabermos capazes de sentir a dor do outro.

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E, além de todas as dores que uma guerra pode causar, além de toda a destruição, surge uma dor pequenininha, uma destruição quase miscroscópica diante do sofrimento de uma nação. Mas que dói também.

Os iranianos não podem mais aliviar o sofrimento diário com um copinho, ainda que de prástico, de shiraz.

Para quem vê de fora, a dor de perder um ente querido é infinitamente maior. Mas posso assegurar, pessoas, que a dor de se perder é equivalente.

E tome Weltschmerz!

sexta-feira, junho 17, 2005

A ponta do iceberg

Eu gosto de rotinas. Na verdade, eu preciso de rotinas. Apesar de ser uma bagunceira contumaz nas coisas concretas, minha alma é de uma organização matemática. Existe lógica nos meus mais caóticos desvarios, ainda que essa lógica não se sustente por muito tempo.

Eu gosto de ler. Não como uma fuga, não como uma ocupação, mas como um exercício de amor. Eu faço amor com os livros. Levo-os para a minha cama, passo um período totalmente fiel a eles. Não desgrudo deles e, em determinados momentos, fico tão absorta na leitura que deixo de prestar atenção às coisas que me rodeiam.

Autores favoritos: Clarice Lispector e Fernando Pessoa. Por sinal, os dois estrangeiros.

E eu adoro a frase final deste texto do Pessoa. Já até usei em um post. Agora coloco o poema inteiro. Porque hoje é sexta-feira, porque a vida corre, porque quem eu amo está tão longe, porque quem eu amo está tão perto...

Há Doenças Piores que as Doenças

Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta coisa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.
Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.


quarta-feira, junho 15, 2005

No nariz...

Há tempos eu vinha ensaiando... passava em frente à loja, às vezes entrava... perguntava para todas as pessoas que já haviam feito se doía, se era difícil de cuidar...

Ontem, no final do almoço, virei para o Gê e disse: "Termina logo aí, que eu vou colocar o meu piercing". Ele me olhou com desconfiança. (PAUSA: Uma reclamação constante entre os meus amigos é que eles não conseguem saber quando eu estou falando sério ou não)

Fui lá, conversei com a mocinha, deixei o Gê escolher a jóia, subi as escadas, sentei na maca e pronto. Doeu, não vou negar. Mas ficou fofo...

segunda-feira, junho 13, 2005

Entre a razão e a sensibilidade

Eu quero, mas não posso...
Eu desejo, mas não devo...
Tenho vontade, sim, mas preciso ser sensata...
E eu sei que, às vezes, temos que deixar a sensatez de lado e viver...
Mas, e quando não é esse o caso?
Será que a vida é tão cartesiana que, até mesmo para jogar tudo para o alto tem o momento certo? Essa é a tal da lógica do caos?

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Meu amigo Gê me usa de testa-de-ferro para as suas escolhar literárias. Se ele tem vontade de ler um livro, passa para eu ler primeiro e dizer se é bom ou não. Quase sempre ele acerta. A última ele errou. Existem coisas que a gente não precisa ler. Por exemplo, o livro "Kika, a Estranha". Entendam, não é ruim. Não é bom. Não é. Já leram um livro que não acontece? Que não se sustenta? É esse.

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Dia ainda frio no Planalto Central. Eu gosto.