sexta-feira, junho 02, 2006

Heroína atrasada

Amiga, eu vi o caminhão vindo. Vi, e juro, tentei ter forças para puxar você pro acostamento. Mas você estava tão feliz no meio da rua, que nem viu todas as luzes, nem escutou as buzinas. Parecia uma criança brincando no asfalto. Ainda tentei empurrar você, mas saiu um empurrãozinho leve, fraco diante da força desse seu querer, tão assustador para mim. E a única coisa que eu pude fazer foi abraçar você para tentar minimizar o impacto. Perdoa essa sua heroína atrasada. Eu devia ter dito. Mesmo sabendo que você iria me odiar. Mesmo sabendo que você não ia me escutar. Mas eu devia ter dito. Devia ter chamado você de boba, de idiota, de cega. Devia ter rasgado retratos e amaldiçoado o nome dele. Isso enquanto era tempo. Devia ter contratado detetives, aumentado histórias, fomentado suspeitas. Mentido mentiras brancas, mentiras caridosas.

Mas... não é isso que chamam de vida, minha amiga? E não é isso que parece tão maior do que nós que nem a vontade de enfiar a cabeça no chão e esperar a banda passar é respeitada? Eu não sinto a sua dor, porque ela é só sua. Tenho as minhas, que sabem doer como profissionais. E a elas adiciono mais esta: ver você adolescendo no amor.

sexta-feira, maio 05, 2006

Vamos dar um tempo!

Sabe aquela história do não ter nada de bom para dizer? E aí é melhor ficar calada?

Zintão, é isso aí!

Quando eu tiver alguma coisa boa para dizer, eu volto.

Beijos

sexta-feira, abril 07, 2006

Triste! :-(

Não, não era para eu publicar o post anterior hoje. Nem prestei atenção...

Hoje eu estou triste, muito triste. Começou de manhã. Liguei para a Sheila. Ela atendeu aos prantos. Tinha acabado de assinar a autorização para sacrificar a cachorrinha dela. Uma rotweiller gigantesca, doce e carinhosa. Câncer. A Bele foi a única cachorrinha vítima de seqüestro que eu conheci.

À tarde, minha amilga querida-amada liga para contar que o Snarf morreu. Gatinho lindo, filhote da Kelly.

Não vou cair no lugar-comum de dizer que só quem tem animais de estimação sabe o que é essa tristeza. Tem muita gente que não tem e sabe. Tem muita gente que tem e não faz a mínima idéia.

Vou só dizer que estou triste. Esses bichinhos, de várias maneiras, trouxeram alegria para as minhas duas amigas-quase-irmãs. E isso é uma riqueza que poucas pessoas sabem valorizar.

Cuma???

Hoje estou dando uma de Branco. Fui ver que pesquisas do Google direcionam as pessoas ao Passeio. Hummmm... nada de interessante... peraí, achei uma coisa:

FRASES DE EFEITO EM INGLÊS SOBRE A PÁSCOA!!

Vou tentar ajudar. Como não conheço frases de efeito em inglês sobre a Páscoa, vou fazer uma livre tradução, ok?

O moço paquerando a moça na rua:
– Girl, do you want to taste my chocolat little eggs? (se ele for moreno ou negro, o efeito é maior)
– Hei, do you wanna see the little rabbit coming out of the hole?

Alguém conhece mais alguma?

quinta-feira, abril 06, 2006

O fundo do meu poço tem subsolo...

Depois de tantos puxões (ei, trocando a ordem das letras fica x[ch]upões. Mas isso não interessa), sabem o que me aconteceu? Não?

VOU TER QUE REFAZER A MAMOGRAFIA!!!

TÁQUEOSPA!!!!!

quarta-feira, abril 05, 2006

É fácil... você consegue...

Olha só, eu vou explicar: quando inspirar, você puxa o umbigo para dentro e para cima. Na expiração, você contrai o assoalho pévilco*. Vamos lá...


*Oh, yes! Minhas aulas de yoga começaram!!!

terça-feira, abril 04, 2006

Eu tenho peito!! E são dois!!!

Bom, obedecendo a todas aquelas propagandas do Ministério da Saúde e temendo pela sanidade mental da minha doutora das partes íntimas, que quase teve um siricotico, fui fazer a tal da mamografia.

Faz parte da minha capenga personalidade pesquisar antes de me aventurar por regiões nunca dantes desbravadas. E fui ficando apavorada com os relatos de quem já havia feito. Primeiro que, quando eu pronunciava o nome do exame, recebia em troca uma cara que beirava a histeria. Depois, vinham relatórios repletos de "ais", "uis", "urghs" e quetais.

Já que não tinha jeito... meti os peitos!

E não foi nada daquilo que me falaram... foi 1.000 vezes pior!!!!!!! Que dor, que agonia!!!

A mocinha operadora da máquina de tortura, depois de moldar minha peitchola em forma de um hamburguer do Mc Donald's (sim, porque o do Marvin é mais grossinho... daí vcs imaginam o aperto), ainda avisou, com a voz mais sádica possível: "Vou apertar mais um pouquinho..." APERTAR MAIS O QUÊ, MINHA FILHA???

E ainda pede para eu não respirar. Como se eu já não estivesse totalmente roxa há uns vinte minutos...

Claro que, entre um apertão e outro, entabulei uma conversa com a mocinha. Perguntei como se dava o exame naquelas mocinhas que têm o peito assim, digamos, tal qual um ovo frito. Ela me contou que os puxões, nesses casos, são mais fortes. Arrepiei todinha...

A verdade é uma só: antes tudo isso do que um câncer de mama não identificado no início!

E, para fechar com chave de ouro, uma ecografia trans!!! D-I-L-Í-Ç-A!!!!

quinta-feira, março 30, 2006

Adesivo

Estava eu, hoje de manhã, num baita engarrafamento, a caminho da minha consulta com a doutora das partes íntimas. Meu humor não estava dos melhores. Quem passa por esse tipo de consulta sabe o porquê. De repente, veio pelo acostamento da direita um carro na maior ve-lo-ci-da-de e me deu uma cortada que nenhuma lei da física é capaz de explicar. Eu tomei um susto. De amarela-escritório que sou, passei a branca em menos de um segundo.

Quando juntei meus pensamentos de novo, pude ver um adesivo no vidro traseiro do dito. Singelamente, estava escrito:

PAZ NO TRÂNSITO!


Acho que agora deu, né? Podem revelar as câmeras ocultas!!!

quarta-feira, março 29, 2006

Piscadelas

Eu não sei não, mas acho que não aprendi muitas coisas com os meus erros. E também não me tornei uma pessoa melhor depois de alguns sofrimentos. Tem alguém mentindo pra mim?

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A veterinária da minha pitpoodle me disse que não é para deixá-la (a pitpoodle) subir em camas ou sofás. Porque, desse jeito, ela (a pitpoodle) perde o referencial de hierarquia, e fica achando que é gente.

Se ela (a veterinária) tivesse me dito isso antes, eu teria mandado um monte de seres que conheço sentarem no chão. Deve ser por isso que eles estão jurando que são gente até hoje...















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Mais conversas com as sobrinhas...

Eu - Me deu uma saudade de você hoje!
Céci - Por quê? Você me viu de manhã, antes de eu ir pra escola!
Eu - Não sei, só me deu saudade...
Céci - Tia, eu não entendo você!


Eu - Oi, Laila, Lailoca! A dinda vai te ensinar a música do coelhinho!
Laila - Piri (que, em lailês, significa "peraí")...
Eu - Laila?
Laila - Num quero coelho. Quero a galinha magricela!

quinta-feira, março 09, 2006

Meu sistema está nervoso!

Adoro conversinhas. Um assunto vai emendando no outro, que emenda num outro... quando a gente percebe, já falou do pegador de panela até a cura da Aids.

Hoe tive uma dessas conversinhas com a Laurita e com o Josias. Falávamos sobre as ziquiziras da nossa infância. Eu, dessas doenças infantis, só tive coqueluche. Catapora eu tive com dezenove anos, no dia do que seria o reveillon da minha vida, que eu acabei passando na cama, do lado das minhas duas irmãs, que também estavam com catapora.

Uma irmã da minha avó fazia um remédio para a minha tosse comprida. Era rosinha, mas eu insistia que tinha gosto de asa de urubu. Não, minha mãe nunca me deu asa de urubu para comer. Mas eu estava absolutamente certa, do alto dos meus cinco anos, que asa de urubu tinha o gosto igualzinho ao do remédio.

Eu tomava Biotônico Fontoura todos os dias. E, como sempre tive problemas de garganta, minha mãe ainda amassava uma semente de sucupira e punha dentro. Um dia, eu li no rótulo que o Biotônico era bom para os nervos. Depois disso, eu passei a espalhar pelo colégio que eu tomava remédio para os "nervos". E todo mundo me olhava meio estranho. Quando descobriram que o teor alcoólico desse tônico era levemente elevado demais, eu entendi que a leseira que me dava não era por causa dos "nervos"...

Esta era a minha "farmacinha" infantil:






quarta-feira, março 08, 2006

Verniz

A criatura esquisita que mora dentro de mim tem se aproximado cada vez mais da superfície. Ela chega devagar e encosta a testa na parede de verniz, ouvindo desalentada as coisas que eu digo. Assistindo desesperada às coisas que eu faço.

"– Sim, eu posso."
"– Não, não tem problema!"
"– É claro que eu entendo!"
"– Vamos para onde você quiser..."
"– Concordo... desse jeito fica melhor..."


Mas ela, a criatura esquisita, já anda tomando providências. Andou fuçando pela parede de verniz e começou a puxar um cantinho que estava descascando. Um dia ela sai.


Manias, eu?????

"Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que o diferenciem do comum dos mortais. E, além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para estarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blog's aviso do 'recrutamento'. Ademais, cada participante deve reproduzir este 'regulamento' no seu blog."


Nossa... tive um trabalhão para descobrir estas minhas manias... kkkk

1. Tenho mania de puxar com os dentes a pelinha que fica do lado da unha. Até machucar. Aí fico com os dedos todos doloridos.

2. Esta foi o meu amigo David que lembrou: mania de passar creme nas mãos. De dois em dois minutos.

3. Dormir de lado (de preferência sobre o lado esquerdo), com o tendão-de-aquiles do pé esquerdo encaixado no vão entre o dedão e o segundo dedo do pé direito.

4. Outra de dormir: só durmo com o ventilador ligado e com edredon. Mesmo que esteja muito calor. E nada de edredon light. Tem que ser pesadão!

5. Chamar as pessoas de "pessoas". Uma elegia ao óbvio ululante!


Agora, vamos passar a batata quente:

Marcinha, Mi, Max, e Cris

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Vai um chazinho aí?

O que os seus amigos fizeram no sábado? Foram ao teatro? Ao cinema? A uma festa?

Bom, uma das minhas amigas foi a uma reunião do Santo Daime. E ouvir a descrição da experiência mudou a minha vida. Porque essa minha amiga é de uma autenticidade fascinante. Faz escova progressiva, usa unhas de porcelana, curte música sertaneja, tem várias tatuagens, piercing no nariz. Uma figura. Então, tudo o que ela conta não tem qualquer interferência afetada. Ela é o que é e interpreta o mundo a partir da realidade que ela conhece.

Ela contou do lugar, que é lindo. Falou sobre os cristais na mesa do mestre, sobre as cadeiras desconfortáveis, sobre a dosagem do chá, controlada pelo mestre, sobre os banheiros sempre cheios, porque os efeitos são percebidos por cima ou por baixo. Sobre os monitores com baldes, para o caso de alguém não conseguir chegar ao banheiro. Sobre a mulher com mais de 50 anos e com pele de pêssego. E sobre as cores. Sobre a luz branca, que ela enxergava mesmo de olhos fechados. E sobre a sensação de andar sobre nuvens.

"Vou morar numa caverna em Peri e comer calango assado."

Dá para não rir?

No que isso mudou a minha vida? Seguinte: tenho trabalhado com afinco no sentido de tornar a minha vida mais leve, mais fácil de carregar. Minha meta é chegar aos 40 anos praticando um hedonismo saudável. Quando converso com pessoas que se permitem, que experimentam o novo, fico encantada. Porque eu tenho uma dificuldade muito grande de me permitir. Eu sofro por coisas mínimas. Coloco lente de aumento em tantas situações ridículas.

Não, não vou tomar o chá, não vou flutuar pelas nuvens. Não agora. Mas, do mesmo jeito que passei a ver as árvores de Brasília com mais nitidez e beleza, quero descobrir em mim as luzes, mesmo sem precisar abrir os olhos.

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Período de dedicação extrema aos livros. No blog, no farra, no nada até passar o concurso do BC.