A Falzinha desenterrou a múmia e eu quase morri de saudades. Agora, lá no Drops, ela conta "potocas". Genial!!!
Acontece que potocas fazem parte da minha vida desde sempre. Nasci em Belém do Pará e adoro dizer que sou uma papa-chibé de carteirinha e boletim de freqüência. Vim para Brasília há mais de vinte anos, mas se há uma coisa que a minha família soube me dar – e muito bem dadas – foram as minhas raízes. E elas estão lá, plantadas no solo úmido de Belém.
Amo as histórias daquela terra, o cheiro de patchuli, as mangas do cemitério, que são mais doces por causa do adubo (hehehe), a merenda no meio da tarde, o tacacá quente, pelando, tomado às 3h da tarde, com o sol a pino, os banhos nos igarapés de águas geladas, o cascalho, vendido de porta em porta, o parque de diversões em Nazaré, as peles morenas, os olhos arregalados perguntando "Tu dizes?".
E, além de tudo isso, adoro ver que a minha terra produz arte de qualidade. Na música, no teatro, na escultura, na literatura. Pena que pouca gente no Brasil saiba disso. Pena que pouca gente saiba, por exemplo, do antigo matadouro que virou centro de artes. Que, quando alguns grupos de teatro paraenses se apresentam em outros estados, a lotação esgota, porque eles são bons, bons, bons. Pena que poucos brasileiros se dêem ao trabalho de olhar mais para perto, em vez de irem se render à cultura importada.
Não, eu não sou contra a cultura de outros países. Aprecio bastante, até. Mas sou contra a atitude infantil e pouco evolutiva das pessoas que negam suas origens e as substituem por próteses que nunca serão iguais às originais.
Só isso.
Para quem quiser conferir: Cultura Pará
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