quarta-feira, abril 28, 2004

Bocozices

Eu sou uma pessoa de reações estranhas. Na primeira última vez que a minha irmã me mandou à merda, eu chorei uns três dias seguidos. Tenho dessas coisas, de coração à flor da pele, capaz de se machucar com qualquer coisa. Mas é só com quem eu gosto muito.

Um medo enorme que eu sinto é das ditas convenções sociais e legais. Morro de medo de fazer alguma coisa que seja contra a moral e os bons costumes (pelo menos em público). Contrariar a lei vigente, então, nem se fala. Eu não faço nem retorno na contramão às três da manhã. Pinta um pavor meio Kafka de de repente ser condenada, presa, esquecida em uma masmorra fria e úmida.

Conseqüência: vejo um monte de fotinhas lindas pela web, mas não me atrevo a colocá-las aqui por causa dos tais direitos protegidos. Todas as imagens que usei são inofensivas, creio eu.

Aí, vou fazer uma visita à minha amiga Fal e fico sabendo que uma pessoa escreveu porcas e parafusos para ela, acusando-a de roubar imagens e textos. Inclusive, por uma graça da vida, o texto é da própria Fal.

Pergunta: por que as pessoas se preocupam tanto com esses tais de direitos? Tudo bem. Se eu um dia aloprar, pegar umas fotos do Sebastião Salgado, uns textos do Neruda, umas gravuras do Miró e sair por aí dizendo que eu que tirei, escrevi, desenhei e ainda vender, podem me prender naquela masmorra fria e úmida e jogar a chave fora. Mas, quando uma pessoa usa um texto ou uma imagem e dá os créditos para o autor, que mal há?

Um artista de verdade, um esteta, tem prazer em ver sua obra admirada e invejada (pq não?). Mas não é – e eu quero ser bem enfática nisso que vou dizer – um agenciador da beleza de sua arte. Ganhar dinheiro com o belo é justificável, mas produzir coisas feias em nome do belo é imperdoável.

Mocinha do nome de quatro letras, vá gastar o seu tempo em coisas mais produtivas.

Fal, minha meliante adorada, estou com vc até o amargo fim...rs...

Nenhum comentário: