terça-feira, agosto 29, 2006

Muito nunca é suficiente

Eu gosto de dizer que amo as pessoas que eu amo. Porque é verdade. E porque eu acho que nunca fui clara o bastante.

Quando eu digo que eu amo, eu quero dizer que sim, minha vida continuaria sem aquela pessoa, mas sem o mesmo brilho, a mesma alegria, a mesma luz.

Quando eu digo que eu amo, quero dizer que essa pessoa faz sentido para mim. Que eu não a estranho, que eu não tenho medo de existir na vida dela.

Quando eu digo que eu amo, quero dizer para essa pessoa que eu estarei sempre lá, seja lá onde for, seja do jeito que for.

Conforto, carinho, alegria, apoio, aconchego... tudo isso dentro de um "eu amo você".

OBRIGADA POR TODO O CARINHO NO DIA DO MEU ANIVERSÁRIO!

sexta-feira, agosto 25, 2006

37

No domingo, completo 37 anos. Eu, com 37 anos? Parece mentira. Não que eu imaginasse que fosse morrer antes disso, mas é que eu não "adquiri" esses 37 anos, entende? Ainda falta tanta coisa para eu fazer antes de ter 37 anos. Preciso ficar mais adulta, em muitos e vários sentidos. Preciso amar mais, e amar mais direito. Preciso arrumar um trabalho que me satisfaça profissionalmente, preciso ter uma carreira sólida. Preciso ter amigos muito desenvolvidos intelectualmente, do tipo que fuma charuto e só faz reuniões para discutir teses literárias. Preciso não levar tão a sério as críticas das pessoas que me amam. Preciso aprender a não bagunçar o carro, a não usar o banco de trás como biblioteca ambulante. Preciso saber como chegar ao fim do dia com o cabelo ainda arrumado, sentadinho, Preciso comprar as roupas certas, que combinem com o meu tipo físico. Aliás, eu preciso ter um tipo físico. Preciso parar de conversar potocas na hora do trabalho. Preciso arrumar uma pessoa que me ame mais do que eu a ela e iniciar um relacionamento maduro, racional, talvez sem filhos, mas com muita modernidade.

Mas ainda tenho tempo. Como eu já disse, ainda não adquiri 37 anos. Na próxima encadernação, quem sabe?

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A Lorita, minha amiga querida daqui do Banco, mandou um e-mail pra mim. E eu gostei pacas. Pensei em dar um print e colocar aqui, mas estragaria a surpresa.

Vá até o Google e digite "político honesto". Depois clique em "Estou com sorte". Viu? Muito bom!

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The show is over, say goodbye.

Eu gosto muito da Madonna. E gosto mais ainda dessa música. E adoro essa frase. Existem muitas pessoas que levam ao pé da letra essa história de que o mundo é um palco, né? E a gente ainda fica ali, batendo palma pra mané dançar. Só que chega um dia em que a gente percebe que o espetáculo não está tão bom assim, que os atores são canastrões e que, sei lá, cansou, né? E aí a gente pega o chapéu e vai "simbora".

Como? Meu dinheiro de volta? Não, não precisa... pode ficar com ele.

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Afonso: Fabrícia, estou esperando você se candidatar. Meu voto é seu.

Fabrícia: Posso não, Afonso.

Afonso: Por quê?

Fabrícia: Eu ia roubar mais do que todo mundo lá. E eu não quero ser corrompida. Nem tenho muita força para resistir.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Tio Houaiss

Daí, um mocinho que eu conheci há muito tempo (não sei se ele lembra) deixa o seguinte recado no iogurte:

Vc não é cínica.
O cinismo é a corrente filosófica que não acredita em nenhuma corrente, voltada a destruir as idéias das outras correntes.
Vc é sarcástica.


Daí, eu fiquei preocupada. Sarcástica e burrinha? Fui perguntar para o Pai dos Burros:

Datação
sXV cf. IVPM

Acepções
■ adjetivo e substantivo masculino
1 Rubrica: filosofia.
relativo a ou adepto da doutrina dos filósofos gregos Antístenes de Atenas (444-365 a.C) e Diógenes de Sinope (400-325 a.C.), que se caracteriza esp. pela oposição aos valores sociais e culturais em vigor, com base na convicção de que não é possível conciliar leis e convenções estabelecidas com a vida natural autêntica e virtuosa
2 Derivação: por extensão de sentido.
que ou aquele que afronta ostensivamente as convenções e conveniências morais e sociais
3 (1844)Derivação: por extensão de sentido.
que ou aquele que é dado a atos e/ou ditos imorais, impudicos, escandalosos; desavergonhado, debochado, sarcástico
4 Derivação: por extensão de sentido.
que ou aquele que fala ou age com descaso, impudência, falta de escrúpulos; petulante, atrevido
5 Rubrica: teatro.
diz-se de ou personagem-tipo de indivíduo inescrupuloso, hipócrita, sarcástico

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Então, tá. Estou ficando velha, cínica e sarcástica. Na verdade, acho que estou ficando é besta mesmo!

Desejos

Minha gravidíssima irmã Bia "Princesa-Pequenina", lá da Alemanha, manda o seguinte apelo:

"Por favor, não precisa de havaianas, nem de creme de leite ou de feijão. Mandem uma dúzia de casadinhos!".

E me conta que, outro dia, Thias, seu digníssimo marido e co-autor da barriga, ficou espantadíssimo ao vê-la em inglória luta, atracada a uma bisnaguinha de leite condensado (inglória para a bisnaguinha, que ficou seca e amassada).

Bom, ainda não sabemos se é menino ou menina (e já vai nascer em setembro), mas a espécie eu sei: é uma formiga!

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Cansada. Olhos vidrados, vermelhos. A cabeça caindo a todo o instante. Sou eu, depois de passar umas três noites revisando uma monografia. Por que, Deus meu, por que eu faço isso comigo? Não, não bastam as dez horas diárias de trabalho, uma pós-graduação na reta final, um amor para esquecer... eu precisava – demais, muito mesmo – pegar um freela de mais de duzentas páginas.

Resultado: não estou nem tendo tempo para ficar na fossa. O que é bom por um lado, mas péssimo por outro. Amanhã vou providenciar aquele disco novo do Nelson Gonçalves, o de duetos, comprar uma garrafa de conhaque, um charuto, me trancar na biblioteca e chorar até derreter. O difícil vai ser arrumar uma biblioteca onde eu possa me trancar...

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A amilga Kika fez sua terceira tatuagem. Ainda não vi, mas deve estar linda. E ela está virando um panfleto ambulante. Freud deve explicar, mas como eu não entendo alemão tão bem assim, vou continuar na ignorância. O amor exige essas coisas.

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Mamãe viaja amanhã. Vai para a sua missão de doula. Vamos ver qual vai ser a ziquizira que me acometerá. Eu sempre fico doente quando mamãe viaja. Ou seja: ela me descompensa quando está por perto, mas me arrasa quando fica longe.

sexta-feira, agosto 11, 2006

Oh, Lord, how high am I?

Foi daqui que eu tirei meu novo mantra:

MadTV Whitney Houston MTV Icon Spoof

quinta-feira, agosto 10, 2006

Anotação mental II

Sabe quando a gente assiste a um filme de terror e diz aquela frase megaclichê "Até parece que eu ia abrir a porta! Humpf!". Ou então quando a gente vê na novela a vilã chantageando a mocinha, estragando o namoro mais fofo-cuticuti e diz: "Mas olha! Eu ia correndo contar tudo pra ele. Por que você não conta, sua abestada?".

MENTIRA!!!
A gente vai sim abrir a porta, mesmo sabendo que do outro lado vai estar alguém horroroso, que vai nos esquartejar e depois palitar os dentes com o nosso fêmur. E a gente ainda vai gritar e tentar fugir.

MENTIRA DA BRABA!!!
A gente não conta. A gente esconde. A gente quer que as pessoas adivinhem. Ou que elas simplesmente aceitem e pensem "Ok, a vida é mesmo um filme de David Lynch, nada faz sentido. Vou ali tomar um café com o anãozinho vestido de caubói".

Tá certo, algumas coisas são complicadas de nascença. Mas a maior parte delas a gente piora... e muito!

Anotação mental

Existem poucas coisas nas quais eu não acredito. Sou velha e cínica, portanto nada do que é velho e cínico me é estranho (parafraseando Terêncio). Sou espírita, portanto creio em comunicação entre desencarnados e encarnados.

Mas hoje vi uma coisa na qual me recuso a acreditar: existem pessoas que atendem o celular no meio da sessão de cinema! E falam alto! Nem escorregam, nem tentam entrar debaixo da poltrona da frente! Eu até ouvi um trecho: "Não, ele está de castigo...".

Quer dizer, eu estou lá, na hora do meu almoço, tentando assistir ao filme bonitinho, com o ator bonitinho (que é o meu número, por falar nisso) e tenho que ficar por dentro das técnicas psicopedagógicas que o fulano usa para educar (ou deseducar, enfim) o filho???

Ainda não estou cínica o suficiente. Preciso me esmerar.

quarta-feira, agosto 09, 2006

Gente coisa é outra fina

Troféu Luvas de Seda para Ótema Bernardes. Se a Heloísa Helena me chamasse de "querida" e "meu amor" com aquela entonação de voz e com os olhinhos se revirando daquele jeito, minha mão já tinha invadido aquela área improdutiva que é a boca da distinta candidata. Com toda a democracia possível, é claro!

Papo peneira

Diz uma coisa pra mim: é muita utopia querer que as pessoas se dêem bem? Explico: se você viveu uma relação bem íntima com alguém, dormiu e acordou com aquela pessoa, respirou o mesmo ar que ela, riu junto, chorou junto, fez confidências e se, por um motivo alheio à vontade de qualquer um dos dois envolvidos, a relação chegou ao fim, porque transformar em mágoa o que antes era carinho?

(É claro que, para essa assertiva ser considerada válida, é imprescindível que não tenha ocorrido qualquer situação de traição, de sacanagem e afins.)

Então, voltando à vaca fria: a relação perde o gás, os dois envolvidos reconhecem o fato, ainda que depois de muita DR, muitas lágrimas empapando o travesseiro e uma conta telefônica “gastronômica”. Qual é o próximo passo? Nunca mais vamos nos falar!!! É isso? Toda aquela inteligência, cultura, todo aquele bom-papo, os bons princípios, a malemolência, as tiradas engraçadas, tudo, tudo, tudo virou pó?

Bom, existe o lado meta-físico da história. Nunca mais seus beijos? Nunca mais os abraços, os carinhos, o sexo, o arrepio na nuca. E o pior: nunca mais para MIM, pois, com a liberdade recém-conquistada, qualquer meio quilo de peito e bunda pode lançar mão do que antes nos pertencia.

Mas isso a gente sublima. Transforma em uma outra energia. Acende um incenso, canta um mantra, entorna umas dez garrafinhas de Smirnoff Ice, dá para o primeiro gostosinho que aparecer e pronto! (Tô praticamente uma cachorra!)

Por que fechar a porta? Por que não aceitar que a outra pessoa entendeu, mastigou, engoliu e digeriu o final da relação? Por que achar que a outra pessoa se transformará em uma maníaca perseguidora, que vai ligar trinta vezes numa quarta de madrugada, chorando, com jeito de quem entornou dez garrafinhas de Smirnoff Ice e deu para o primeiro gostosinho que apareceu?*

Nelson Rodrigues, o canalha mais legal que eu conheço, foi de uma elegância e de um cinismo ímpares quando afirmou: "Todo amor é eterno. E se acaba, não era amor".

Eu sou totalmente a favor da amizade entre “exes”. Desde, é claro, que nenhum desses “exes” seja o meu futuro amor. Afinal, quem usa cuida!

*Ficção total, ok?

P.S.: Eu não avisei que estou ficando velha e cínica? Minha intenção era escrever um texto sério, sobre a amizade entre pessoas que já viveram um grande amor. Mas degringolou. Eu não tenho mais salvação!

terça-feira, agosto 08, 2006

Caquinhos

Hoje eu estava pensando sobre isto: depois que uma relação (pode ser amorosa, pode ser de amizade) passa por um período de crise, será que dá para voltar ao que era?

Eu estava passando por um período muito tenso com uma pessoa das minhas relações (gostou dessa, Tê?). Resolvi dar um tempo, ficar a uma distância segura, pois as faíscas estavam voando a cada encontro. E não é que melhorou? E não é que eu descobri que não quero ser amiga dessa pessoa? Que a foto fica mais bonitinha assim, com a gente vestida de "conhecidos"?

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Mandaram para o meu e-mail, pela enésima vez, a foto daquela mocinha que fez "Piratas do Caribe" num vestido dourado, maaaagggrrraaa, tadinha. Por um desses sincronismos, ontem eu estava lendo uns depoimentos de uma comunidade do Orkut sobre bulimia e anorexia. (Pausa para você imaginar todos os clichês possíveis)

A cada texto, eu ia ficando mais passada. Eles trocam experiências sobre como vomitar mais facilmente, ou como passar dias sem comer coisa alguma. Chamam os distúrbios por apelidos, decerto para que as outras pessoas não reconheçam. Bulimia virou "Mia"; anorexia é tratada por "Ana" ou "Anna".

"Quando você miou pela primeira vez?" – Tradução: "Quando você induziu o vômito pela primeira vez?"

Algumas pessoas chamam esses distúrbio de "estilo de vida". E ainda tem quem argumente que obesidade também traz doenças graves. Sim, concordo. Mas eles já ouviram falar de equilíbrio??

Duas meninas trocam dicas: "Diz que vai comer no quarto. Aí a sua mãe não vê que você não comeu". "Fala que está com cólica e que não agüenta nem sentir o cheiro da comida".

Tenho uma sobrinha de quase doze anos. Um dia, quando estava com uns oito, nove anos, ela recusou um chocolate que eu ofereci e disse "Obrigada, tia, mas eu estou de dieta". Claro que conversei com ela sobre isso. Disse que ela não podia fazer dieta. Expliquei a necessidade dos nutrientes. Mas... o que a gente pode fazer contra uma mídia tão obsessiva? Contra uma sociedade que enaltece um modelo de beleza e estraçalha quem está fora dele?

Talvez abrir mais os olhos e os ouvidos. Pintaram duas amiguinhas novas na turma? E essas duas amiguinhas atendem pelos singelos apelidos de "Mia" e "Ana"? A mocinha ou o mocinho adquiriram o hábito de comer no quarto, trancados, isolados do mundo? A família e os amigos cobram demais uma aparência considerada ideal? A comida é temperada sempre com alguma emoção?

Não é "estilo de vida". É doença. É distúrbio. E Mata.

P.S.: Eu bem ia postar uma imagem sobre o tema, mas me deu uma agonia...

quinta-feira, agosto 03, 2006

Vida louca!

Eu, hein! Já faz um tempinho, né?

Tanta coisa acontecendo... tanto trabalho, tantas decisões. E, mesmo com tanta movimentação, eu me sinto no olho do furacão: uma caaalllmmmaaa...

E, no meio de tudo isso, meu amigo James me apresenta "The Flirtations". Você conhece? É um grupo que canta à capela. Belíssimas vozes. Olha só uma frasezinha da música de que eu mais gosto:

And the only measure of your words and your deeds
Will be the love you leave behind when you're done.


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Meu coração ainda está cheio de amor? Siiiiiimmmm! Mas eu percebi que, mais uma vez, estava me deixando levar pela vontade dos outros. E resolvi dar um basta. Ysaac entrou em uma montanha-russa emocional de dar gosto. Um dia era "Meus sentimentos não são mais os mesmos", no outro dia era "Eu não posso viver sem você". Aí eu gritei "POPARÁ!!!!!!"

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Minha frase favorita ultimamente (serve para todas as ocasiões):

"Oh, Lord! How high am I?"