“Eu tenho uma grande arte. Eu firo duramente aquele que me fere.”
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Essa frase aí em cima está no início do livro "A Grande Arte", do Rubem Fonseca. Sou suspeita para falar desse autor, porque adoro tudo o que ele escreve. Se eu compartilhasse da intimidade dele, acho que adoraria até a lista de supermercado que ele faz (se é que ele faz lista de supermercado)!
À primeira vista, poderíamos pensar na Lei do Talião (olho por olho, dente por dente), mas é muito mais do que isso. Primeiro, que ele chama essa "qualidade" de arte... aliás, de grande arte. E diz que fere "duramente", ou seja, que fere com mais intensidade do que foi ferido.
Pensei, pensei (alerta laranja!!!!!!) e cheguei à conclusão: eu também tenho essa grande arte. Eu firo duramente quem me fere. E quem me fere, normalmente, sou eu... então, eu entro em uma situação cíclica, ferindo e sendo ferida, como aquela imagem da cobra engolindo o seu próprio rabo.
Muita filosofia para um dia de chuva, não? Culpa da Kilka, que fica me emprestando livros sobre anjos, demônios, Batalha Negra e quetais...
7 comentários:
Concordei com tudo q tu disse...e o ciclo sempre permanece...
Bitoks
Eu tenho culpa?? Afff, já não te encontro mais, não faço mais orgias gastronômicas contigo, mal consigo te rastrear pelo telefone e agora tenho uma culpa nova? Qualé macaca, toma vergonha, hein!!!
Isso se chama vingança... Estou em fuga.
Cris (www.crisb.zip.net)
Oi!
Tem escritores que a gente admira e dá vontade de ficar de frente, conversar, olhar no olho, ser tiete sem vergonha.
Olá, só gostaria de esclarecer que esta frase não foi escrita por Rubem Fonseca, mas sim é uma citação à Arquiloco de Paros, poeta lírico grego que viveu na primeira metade do século VII a.C.
A cobra se chama Ourobouros
A cobra se chama Ourobouros.
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