Eu não gosto de falar sobre isso. Tenho evitado a todo custo, mas agora eu quero deixar registrada a minha opinião para poder vir checá-la daqui a alguns anos.
Eu votei no Lula. Lucidamente. Não fui enganada por nenhuma promessa, não me iludi com imagens de um país justo e perfeito em um piscar de olhos. Sabia da equipe fraca, da possibilidade de um início claudicante. E que eu concordaria com algumas coisas e discordaria de outras (alguns chamam a isso de "livre pensar"). Por isso tudo, acho de uma falta de noção sem tamanho as pessoas que se dizem "traídas pelo PT". Vi militantes ferrenhos, os chamados petistas xiitas, rasgando as carteirinhas, com lágrimas nos olhos. Deu vontade de perguntar o que eles esperavam desse governo. Aliás, o que esperam de todos os governos? A própria palavra – esperar – já traz em si uma atitude passiva.
Cheguei à conclusão de que preciso viver apesar dos governos. FHC, com todos os seus técnicos e burocratas, deixou o país no caos que todos sabem. Desmantelou a saúde, a telefonia, a economia. E agora tem todas as soluções que não colocou em prática durante os oito anos em que esteve no poder. E enche os pulmões, e critica, e formula planos brilhantes para resolver todos os problemas. Inclusive os sociais, que ele, um sociólogo, não minorou nos oito anos em que esteve com o cetro na mão.
Vem a questão do mínimo. A oposição, de maneira idiota e irresponsável, tenta aumentar o valor. Tudo bem para as grandes empresas, que têm lucros indecentes, mas vamos imaginar como uma prefeitura do interior do país vai fazer para honrar sua folha de pagamento. E as viúvas do PT batem palmas. Acham lindo que o governo sofra essa derrota. É como a história do escorpião. Não se pode mudar a natureza. No nosso caso, a natureza de ignorantes políticos. De acordo com um mocinho que andou por aí falando coisas interessantes, esse é o pior tipo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário