quinta-feira, fevereiro 05, 2004

A cena do dia...

Manhã de quinta-feira, Setor Comercial Sul de Brasília, edifício Antonio Venâncio Silva, 12º andar. Esta que escreve se debulhando em lágrimas porque o gerente do escritório do seguro de vida do meu pai aventou a possibilidade de eu perder o meu paizinho querido. O gerente dizendo que eu precisava ser prática, e as lágrimas rolando grossas. Resumo da ópera: existe um gerente de seguros de vida solto por Brasília com uma péssima impressão de mim...




Algum psiquiatra na platéia???

quarta-feira, fevereiro 04, 2004



Mi, adorei, viu???
Gosto muito de ler esta moça. Ela escreve muito lindo.

Outra lista

Sei que ainda estamos em fevereiro, mas vou começar a fazer a lista dos presentes que eu quero ganhar. O daí de baixo é o primeiro. E não precisa nem embrulhar...

Listinha

COISAS QUE ME FIZERAM MUITO FELIZ NESSES ÚLTIMOS DIAS

Ganhei um girassol da minha mãe. Pode parecer uma coisa banal, mas essa é a flor de que eu mais gosto. E ganhar qualquer coisa da minha mãe me leva aos céus...

Minha sobrinha Céci – linda, inteligente, bem-humorada, feliz – e a minha irmã amada voltaram de Floripa. A casa não está mais vazia e silenciosa, graças a Deus!

Minha sobrinha Laila, coisinha mais fofa e querida do mundo, começou a ter aulas de natação. Ela tem quatro meses, quase cinco.

Vi meu pai sorrindo pelo menos cinco vezes. De verdade, rindo de balançar a barriga!

Consegui imprimir uma montagem linda que eu fiz com uma foto da minha afilhadinha adorada, a Babi.

Tio Rui voltou. Ele voltou para o nosso colo.

Ganhei muitos beijos e carinhos virtuais das pessoas lindas do LV da minha florzinha.

Digam lá, e eu tenho motivos para não sorrir???

terça-feira, fevereiro 03, 2004

Piadinha

Eccca!!! Li os posts anteriores e me achei muito triste, muito realista. Vamos a uma piadinha para relaxar...

Conversinha entre uma rosa e uma couve-flor...

Rosa – Não sei por que você tem nome de flor. Toda feia, sem cor, sem perfume. Eu sim, mereço esse nome. Sou linda, cheirosa, todos me idolatram.

Couve-flor – É, eles podem achar você linda e maravilhosa. Mas quem é que eles comem?

Risadas agora, por favor: quáquáquáquá!!!

Em tempo: eu como pétalas de rosas.

Eu e eu mesma



Tive uma overdose de "Sex and the City" nesse final de semana. Adoro, simplesmente adoro essa série. Ok, vamos combinar que elas vivem em "neverneverland", mas não deixa de ser uma espécie de catarse para mim que, como as personagens, tenho mais de trinta, sou solteira e tenho o dedo podre para escolher companhia masculina. Tá certo, não é sempre. Já encontrei algumas jóias na minha vida. Mas, se for fazer um balanço, vou ficar morrendo de vergonha de ver o resultado.

Já fiquei noiva duas vezes. Na primeira, eu tinha dezenove anos, nada na cabeça e um namorado muito autoritário. Então, eu fiquei noiva por osmose. Até o dia em que eu descobri o inexorável: ele me traía. E eu fiquei feliz. Era um motivo para terminar!!! Na segunda vez, eu já estava com 27, era de se esperar que já tivesse também alguma coisa na cabeça (além dos chifres do primeiro...hehehehe), mas há provas em contrário...terminei, mesmo tendo apartamento e tudo o mais já preparado, porque tinha medo de virar personagem do Linha Direta. Ele era muuuuiiiitttooo ciumento.

Sete anos depois, estou vendo Carrie e suas amigas viverem na telinha muitas das coisas que já vivi na minha vida. Claro que sem os sapatos de 400 dólares e sem o Mr. Big, que é d-i-v-i-n-o. Mas com as mesmas esperanças e ilusões. Não estou querendo começar um debate sobre a solidão das mulheres modernas, ou então usar chavões do tipo: "Os homens não querem compromisso", "As mulheres estão muito fáceis". Só estou constatando: não soube amar direito. Não soube construir relacionamentos legais. Vou continuar tentando. Fazer o q, né???

sexta-feira, janeiro 30, 2004

Fala sério!!!




"Falar a verdade me faz tão beeeemmm...". Essa pérola do cancioneiro nacional vem diretamente dos anos 80, aqueles anos em que podíamos fazer escovinha tipo panteras, usar roupas de cores cítricas e cantarolar melodias de grupos-de-uma-música-só sem correr o risco de sermos presos.

Mas não é da música que quero falar. É do conteúdo...hahahaha...sem brincadeira. Já que blogs são uma espécie de analista virtual sem honorários (o que me anima muito!), vou fazer uma sessão "eis-me por dentro". Quem não suporta emoções fortes, por favor, mude de página.

Um dos piores hábitos que adquiri no decorrer da minha vida foi o de engolir sapos. Falo muito, mas não o que eu deveria falar. Às vezes por falta de coragem, às vezes por não querer magoar, por falta de ar, por falta de malícia, por falta ou por excesso de vergonha. O fato é que já deixei de dizer muita coisa na minha vida. E para algum lugar essas coisas têm que ir, não é meiiisssmo? No meu caso, elas ficaram na garganta. E se reuniram em assembléia e resolveram, metade mais um, formar um tumor. Como eu sou da linha dura, repressiva, fui ao mocinho de branco e mandei tirar.

E será que eu aprendi?? Nãããooo!!! Ainda admiro as minhas amigas que conseguem devolver o suco no restaurante porque não foi coado. Ou o filé que não está no ponto certo. Eu fico calada. Se bobear, até digo um "obrigada".

Tenho planos perfeito para a vida de todas as minhas pessoas amadas. Se elas seguissem passo a passo as minhas dicas, tudo se resolveria. Mas, na hora de dizer aquelas verdades para as pessoas que amo, a voz some, e eu só consigo calar. E às vezes eu choro. Depende muito da outra pessoa. E aí está o meu erro. Não devia depender da outra pessoa. Devia depender só de mim.

É porque eu acho que vou magoar os outros se falar de forma mais dura. Mas não consigo seguir o raciocínio: se a pessoa estiver tranqüila em relação ao que está fazendo, não vai se abalar com o que eu disser. Se ela se incomodar, se magoar, é porque o comentário tocou em alguma ferida. Eu penso assim, comigo é isso que acontece. Se alguém me diz alguma coisa mais dura e eu me magôo, geralmente é porque eu não estou segura do que quero. Ou então estou na TPM, tem isso também...mas, se estou confiante, segura do que estou vivendo, não me incomodo nem um tico. E ainda amo mais a pessoa que me deu o toque.

Bom, vou continuar tentando...amar dá choque, tem muitos cerimoniais. É que nem missa: eu sempre erro a hora de sentar e levantar. Quando foi o ensaio, que ninguém me avisou????

quinta-feira, janeiro 29, 2004

Para rir...

Vamo lá, nóis sofre, mais nóis goza...dá rugas, eu sei, mas rir é muito bom!!!

Vai , vai...

Façam o que eu digo...

Por que eu faço coisas que abomino em outras pessoas? Sempre critiquei aquelas gralhas que ficam perguntando "E aí, quando você vai casar"? Sempre tive vontade de devolver: "E aquele seu problema de a)flatulência, b)mau-hálito, c)chulé, melhorou?".

Pois hoje eu, senhorita Crítica em pessoa, peguei-me mostrando as fotos da filhota linda da minha irmã para um amigo lindo dela (da minha irmã) e disparando um: "E o seu, quando vem?".

Morte lenta e dolorosa para os hipócritas como eu!!!! Sai pra lá, gafanhoto!!!

segunda-feira, janeiro 26, 2004

Resposta para a Fabi e para a Jaque...

Estava andando distraída pela rua quando tropeçou em um pacote. Depois de ver estrelas e de listar todos os palavrões que conhecia, percebeu que, com a topada, o pacote se abriu. Por curiosidade (sabe como é, signo de gêmeos, conjunção lunar e etc), abriu um pouco mais e viu que, lá dentro, havia um amor. Não era um amor novo, já estava, inclusive, bastante usado, mas dava para perceber que era dos bons, sólido, firme. Desembrulhou tudo, dobrou o papel e colocou o amor sobre uma mureta. Marcas de mordidas aqui, faltando alguns pedaços ali, mas ele estava praticamente inteiro. O cheiro ainda era bom, um restinho de laranja com canela. A cor era firme, destas que não desbotam. Decidiu levar o amor para casa. Não era seu, ela nem sabia quem o havia abandonado assim, na rua. Já entrara em sua vida causando dor: a topada machucara o dedão direito. Mas não é todo dia que se encontra um amor assim, embrulhado para presente no meio da rua. Chegando a casa, não encontrou um lugar onde pudesse colocar o amor. Ora o lugar era pequeno, o amor não cabia ali. Ora era grande demais, e o amor ficava perdido em meio a tanto espaço. Pensou mesmo se não seria o caso de guardá-lo em um banco, afinal, era artigo raro nestes dias, alguém poderia querer roubá-lo. Mas desistiu da idéia. Era tão bonito, tão colorido...estava pensando no melhor lugar para exibi-lo (sim, porque, arrependida da idéia de encerrá-lo em um cofre, agora queria mostrá-lo a todos que entrassem em sua casa), quando notou que ele rolou para um canto do sofá. E parecia confortável ali, encostado nas almofadas. “Então, era ali que ele queria ficar!”, pensou. E ali ele ficou.

Não era o seu primeiro amor. Ela já tivera outros. Alguns ela ganhara, outros ela comprara, mas nenhum deles tinha aquele apelo meigo, quase um pedido de cuidados, com suas marcas de mordidas e seus pedaços faltosos. Cuidava daquele amor com todo o seu coração. E ele retribuía. As marcas ficavam menos visíveis. Um dia, ela até pensou ter visto um sorriso. Podia jurar. E o amor crescia. As pessoas que a visitavam se surpreendiam com aquele amor. Um amor que não era dela, que ela encontrou na rua, que ela trouxe para casa. E ela fazia questão de mostrá-lo. De contar como o encontrou. Dez, vinte, cem, duzentas vezes. E as pessoas estranhavam. “Mas você nem sabe de quem é!! De onde ele veio? Não é falsificado?”. E foram tantos os comentários que o amor começou a ficar assim, meio ressabiado. E já não brilhava tanto, nem exalava
seu cheiro de canela e laranja. E ela percebeu. E um dia deitou no sofá, bem perto do amor. E chorou silenciosamente. Ele não era seu, podia até ser falso, mas lhe fazia um bem tão grande. Era tão bom sabê-lo ali, perto dela. Fechou os olhos e não percebeu que o amor encostara-se a seu corpo. Sentiu apenas o calor que emanava dele. Abriu os olhos e ainda teve tempo de ver uma pontinha entrando no seu peito, para sempre.



De gatos e tristezas

Manhã chuvosa, um frio bem gostoso, do jeito que eu prefiro. Levantei no tranco, tomei um banhinho, vesti a roupa, arrumei o cabelo, peguei uma maçã, minha mãe pediu que eu comprasse pão, fui abrir o portão...e vi...uma gata morta embaixo do meu carro. Sou uma mulher de 34 anos, tenho uma vida legal, trabalho, estudo, mas ainda não consegui digerir direito essa história de morte. Ainda mais quando ela se apresenta para mim às 8h de uma manhã de uma segunda-feira. Tá certo, era uma gata de rua, eu não a conhecia, não convivia com ela. Mas eu fiquei triste pelo apagar da vida, pelo sumir, pelo desfazer-se. Pensei na minha amada Fal, que ama os gatos. Tenho uma outra amada, a Loren, que já chegou a ter treze (!!!) gatos em um apartamento. Mas o que ficou na minha cabeça durante todo o caminho para o trabalho foi a idéia do fim. Tenho problemas em aceitar o fim. De qualquer coisa. Nunca terminei um relacionamento com um ponto final. Sempre foram reticências. Alguns eu retomei só para ver que não existiam mais. De vez em quando, um nome vem à minha cabeça, um nome bem antigo, cor sépia, cheiro de naftalina. Às vezes perco minutos inteiros fantasiando sobre a vida que deixei para trás, e que era sempre perfeita. Tenho medo de encarar o presente. Tenho medo porque sei que ele depende apenas de mim. O passado virou história, a gente sempre pode incluir uma cena aqui, outra ali. Dividir as responsabilidades, as culpas. O presente não. O presente leva apenas a nossa assinatura, não tem co-autoria. E é isso que me assombra.




E foi necessário achar uma gata morta para conseguir me dizer isso assim, sem subterfúgios. Tenho medo do presente. Fazer o quê?

sexta-feira, janeiro 23, 2004

Carta aberta ao governador

Querido Governador Joaquim Roriz:

A intenção desta missiva é mantê-lo informado sobre o que acontece aqui em Brasília durante a sua ausência. Não votei no senhor, mas como respeito o processo democrático, sinto-me na obrigação de deixá-lo ciente dos fatos, uma vez que os seus assessores, no afã de preservar o seu lado emocional tão sensível, escondem a realidade. Inclusive, testemunhei a sua surpresa ao tomar conhecimento de algumas atitudes erradas perpetradas por seus companheiros políticos. Uma pessoa tão crédula como o senhor, que confia nos amigos até a última instância, não pode deixar de se assombrar com o mal-feito dos outros.

Sem mais delongas, vamos aos fatos:

- uma parte do teto do Hospital de Base desabou. É, caiu. Talvez pelas chuvas abundantes que têm despencado por aqui, talvez pela idade do prédio (um representante do hospital esteve na televisão alegando que o prédio tem 44 anos!!!!!Talvez fosse o caso de formar uma comitiva para ir a São Paulo, ou ao Rio de Janeiro, ou a Minas Gerais, para aprender como se constroem prédios que durem mais de cem, duzentos anos). Tenho uma teoria ainda mais interessante: o que fez o teto do hospital desabar foi o intenso trânsito de doentes provenientes de outras cidades, que entopem o sistema de saúde do DF. Essas pessoas não sabem que, aqui em Brasília, não buzinamos, não fazemos barulho em demasia, ou seja, somos perfeitos cavalheiros e damas. Talvez o teto do citado hospital, chocado com tantas pessoas de hábitos diferentes dos nossos, tenha desistido de dar cobertura a tamanho despropósito. Outra teoria: os doentes de câncer, principalmente os que estão em estado terminal, devem ter escondido os remédios no teto, é claro que orientados por algum petista rancoroso (sempre eles!), para parecer que está havendo falta de medicamentos (logo no seu governo...hahaha). Com o peso, o pobre teto não resistiu e caiu. O importante, governador, é que o problema já está sendo resolvido. As pessoas que tinham consultas marcadas no HB foram mandadas para outros centros de saúde. Alguns mais longe da Rodoviária, é claro, mas já está provado que uma boa caminhada faz maravilhas para a saúde. E do que mais eles estão precisando além de saúde??

Algumas pessoas, instruídas, é óbvio, por petistas insatisfeitos, insinuam que o senhor não se importa com a saúde do DF. Que absurdo, senhor governador!! E o stress que o senhor aliviou nos moradores do Lago Sul com a construção da terceira ponte? Imagina a fortuna que eles iriam gastar em analistas por ficarem presos nos intermináveis engarrafamentos de Brasília...pobrezinhos...

- e esse povo que continua a invadir área pública? Quem mandou? Quem chamou? Aposto que foi algum petista com dor-de-cotovelo, só para depois jogar a culpa no senhor. Como disse brilhantemente a nossa vice-governadora, a culpa das invasões, na verdade, é de JK, que trouxe aquele tanto de gente para trabalhar aqui nos anos 50. Nem tinha tanto trabalho assim, para que aquele tanto de gente? Teve também aquele moço que disse “Crescei e multiplicai-vos”. Olha só, que incitação à reprodução sem planejamento, à invasão de terras, pois é claro que eles vão precisar de espaço para alojar o produto dessa multiplicação. Acho que JK e esse moço eram, na verdade, petistas enrustidos, que queriam jogar o povo, desde aquela época, contra o senhor (como eles sabiam do seu futuro governo? Não tenho certeza, mas acho que Dom Bosco sonhou com o senhor...).

Do que essas pessoas reclamam, pelamordedeus? Brasília sempre foi uma cidade diferente, de vanguarda. Não é coerente que ela seja diferente em outras coisas também? Por exemplo, cobrar IPTU em terrenos irregulares. Quer coisa mais lógica? E permitir que uma fave...desculpe, que uma invasão fique por mais de quinze anos sobre uma área de preservação ambiental, jogando lixo em nascentes, poluindo tudo? Quer coisa mais pitoresca e acolhedora? Não é à toa que Brasília é uma das capitais mais visitadas do país em datas festivas...

Não permita, governador, que as minhas notícias atrapalhem o seu passe...quero dizer, o seu trabalho aí na Europa. Aliás, mais uma vez o senhor está defendendo com unhas e dentes e musse para cabelos os interesses da sociedade. Um trem-bala daqui para Goiânia. O que poderíamos desejar mais do que isso? Escolas, projetos sociais, crianças comendo lixo, doentes morrendo por falta de remédio, desemprego, violência? Coisas pequenas. Nunca vi uma escola ganhando prêmio de arquitetura que nem a terceira ponte ganhou. Uma beleza...

Curta bastante o ar europeu, volte bem descansado para assumir novamente o seu cargo de “pai dos pobres”. Brasília o espera de braços abertos, querido governador...

P.S: Ah, estou mandando também uns quarenta beijos. Um para cada integrante da sua modesta comitiva. Espero que estejam gostando dos hotéis cinco estrelas que nós, contribuintes, estamos patrocinando para alguns deles. Afinal, alguém precisa se divertir, não é mesmo?