sexta-feira, outubro 29, 2004

Alongando a sua "curtura"

Ei, você aí, brasileiro de nascimento ou por opção, preste bem atenção às informações abaixo. Garanto que você não sabia que:

1. A superfície do Brasil é quase igual à superfície dos EUA (que agora viraram unidade de medida);
2. A Aids é a principal contribuição para a nossa elevada taxa de mortalidade;
3. Nós falamos português, espanhol, francês, inglês e alguns idiomas aborígenes;
4. 80% da população é católica.

Está tudo aqui. Informações precisas e corretíssimas!

terça-feira, outubro 26, 2004

Pré-Conceitos (ou Quando é Melhor Ficar Calado)

Quem tem preconceitos? Basicamente, todos nós. Mas, se formos pegar uma amostra, é mais fácil achar preconceitos em classes mais favorecidas. Sim, classes menos favorecidas também têm preconceitos. E é isso que a minha historinha de hoje vai ilustrar. Senta aí, que eu conto tudinho.

Eu sou usuária do transporte coletivo aqui em BSB. E quem assiste a noticiários ou lê jornais não precisa morar aqui para saber que pagamos caro (no meu caso, R$1,60) para andar em ônibus em estado de conservação no mínimo lastimável. Saio dos coletivos me sentindo um martini, do tanto que chacoalho. Só faltava o cobrador me dar uma cerejinha...

Hoje, às 11h da manhã, peguei um ônibus que me surpreendeu. Novinho, limpinho, cheirosinho. Fiquei bem feliz por ver que as coisas, pelo menos naquela linha, estavam começando a melhorar. Só que a minha alegria durou bem menos do que eu esperava.

Quando fui passar pela roleta, o motorista deu uma freada. Eu desequilibrei e segurei na primeira coisa que consegui (uia, sem pensamentos maldosos, please!): na roleta. Com o puxão que eu dei, a roleta travou. Aí é que começou o "pobrema". O cobrador começou a gritar comigo. "Olha aí, a senhora quebrou a roleta!". Eu pedi calma a ele e perguntei o que poderia fazer para resolver. Enquanto isso, o ônibus parou e outras pessoas começaram a entrar. Só que a roleta estava travada. Aos berros, o cobrador me mandou descer, subir pela porta traseira e passar pela roleta. Bom, como eu percebi que o moço estava alterado, fiz tudo para não piorar a situação. Foi bom, porque eu vi que o meu PD está funcionando: passei por um espaço de, no máximo, 20cm. Mas o moço não ficou satisfeito: gritando, mandou que eu ficasse sentada nos bancos da frente. Eu disse que não iria ficar ali, pois era lugar exclusivo para idosos ou deficientes. Ele gritou mais ainda e eu resolvi sentar.

Mas, como a vida é mais larga que comprida, tinha esse outro moço, que assistiu a tudo. Quando ele foi passar pela roleta, o cobrador deu uma travada com o pé e machucou o outro moço. E o show recomeçou, agora com novas personagens. Resumindo a ópera: o moço era policial, fomos todos para a delegacia. Eu, quietinha, boquinha de siri. Quando tudo parecia resolvido, eis que o cobrador recomeça a soltar seus petardos:

"Por isso que eu não gosto de usuários. Tudo um monte de filhos da puta. Prefiro trabalhar na Estrutural, com o pessoal mais humilde, porque esses ricos... aliás, metidos a ricos, porque se fossem ricos, estavam andando de carro, e não de ônibus. Aquela ali (e apontou para mim) eu fui ajudar (!!!) e ainda ficou contra mim. Tudo um monte de FDP..."

Eu pedi para que ele parasse de falar, mas ele continuou. Todos os outros passageiros pediram para ele parar de falar, mas ele continuou. Eu levantei, peguei minha agendinha, uma caneta, copiei o número do ônibus, a placa... bom, vou fazer uma reclamação formal, conversar com meus advogamigos, ver o que posso fazer... primeiro, vou procurar o policial. Um mocinho me passou um papel com o nome e o telefone. E disse que, se eu precisasse de testemunha, bastava procurá-lo.

O mais importante para mim vem agora: todos no ônibus começaram a contar casos semelhantes, casos que até mesmo envolveram machucados, por causa de quedas. E disseram que não valia a pena brigar. Que ninguém escuta pobre. Aquilo doeu no meu estômago.

Numa coisa o cobrador estava certo: eu não sou rica... mas também não sou metida a rica. Ando de ônibus por medida de economia e praticidade. O policial usou muitos clichês do tipo "Você não sabe com quem está falando". Mas ele sabia sim. Ele estava falando com pessoas, gente, que nem ele. Imagino (vejam bem, só imagino) que eu tenha um nível social, cultural, financeiro melhor que o do cobrador. Isso é um pré-conceito. Mas não me sinto superior a ele senão na educação e no trato com as pessoas.

Custa muito tratar as pessoas como nós gostaríamos de ser tratados?

quarta-feira, outubro 20, 2004

Eu sou... eu estou...

Outro dia eu recebi uma mensagem do Guilherme, de BH, dizendo que gostou da frase que eu coloquei no meu perfil do iogurte. Eu escrevi que não podia me descrever porque, aos 35 anos, estava descobrindo que sou totalmente diferente do que eu imaginava ser.

Antes eu queria caber no mundo. Queria ter o cabelo certo, o corpo certo, a roupa certa, a voz certa, o salário certo. Hoje, quero que o mundo caiba em mim. Quero o pensamento correto, a mente sã, a espinha reta, o coração preparado para aceitar e todo o amor a que eu tenho direito, ou seja: quero VIDA.

E que sigam-me os bons!!

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Estava eu vindo para o trabalho, quando recebi um presente, assim, do nada. Passei por uma mocinha que me deu uma encarada. Aí, eu olhei para ela também. Dei dois passos, ela também. Virei, ela também. Disse: "Diândria!", e ela disse: "Fabrícia!". Ex-aluna, pessoa querida, daquelas sobre as quais você quer saber sempre. Eu nem acreditava que estava ali, vendo uma figurinha tão amada. Podendo abraçar, beijar. E o melhor: trabalhamos no mesmo lugar. Ela pela manhã, como estagiária. Eu à tarde, como revisora.

Fiquei feliz. Como? Bobagem? E se eu encontrasse uma pessoa de quem não gosto? Quantas vezes você aí, é, você mesmo, disse a frase: "Encontrei fulano(a) hoje. Estragou o meu dia!"? Pois é. Eu prefiro contabilizar as minhas alegrias...

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Kika, amole, ver você feliz me faz um bem!!! Fé na vida e pé na tábua! Fazemos o que podemos.


segunda-feira, outubro 11, 2004

Momento Trash

Estava eu, domingo, praticando a saudável arte de imprimir no colchão os contornos do meu belo corpitcho, quando me deparei com um quadro muito interessante do não menos interessante programa do Gugu. A apresentadora era a Monique Evans. Gente, lembrei a época em que eu ficava assistindo TV de madrugada e via aquele programa (não lembro o canal), em que ela ficava deitada em uma cama, entrevistando as pessoas. De todas essas modeletes que abundam por aí, a Monique é a mais divertida. Foi muito engraçado ver a interação dela com as pessoas na rua. Uma hora ela tropeçou, quase caiu e virou para um senhor que estava andando atrás dela e disse: "O senhor fica olhando para a minha bunda e eu quase caio!". O senhor ainda entrou no clima e perguntou: "Será que eu estava olhando?"... só não gostei depois, quando ela tentou reconciliar um casal que estava fazendo 28 anos de casado. O marido contou uma historinha, fazendo carinha de coitado, de vítima e, quando a esposa foi contar o outro lado do assunto, o buraco era bem mais embaixo. O cara era o maior safado! Aí eu mudei de canal... fui assistir Márcia Banana Split...

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Eu já contei para vcs que tenho múltiplas personalidades? Pois é. Não era eu assistindo a essas coisas na TV. Era uma personagem...

Colou?

quarta-feira, outubro 06, 2004

Rosebud

Hoje, tal qual um Cidadão Kane, acordei com uma palavra que teimava em bailar na minha cabeça. Mas, como o roteiro da minha vida não foi escrito por Orson Welles, nada de "Rosebud" ou de palavras mais estranhas, exóticas e merecedoras de uma investigação. A palavra era "curso". Curso do quê, Deus meu??!!

Desde ontem que o dia está estranho, ou seja, o dia de ontem ainda não terminou para mim. E está estranho. O tempo está estranho, uma chuva tímida, querendo vir, mas que se atrapalha um pouco e só goteja. E eu, sonhando com tempestades.

(Preciso parar aqui para pedir desculpas: Pat, seu sei que, se chover, você não vai poder andar na sua moto nova. Mas é só um pouquinho, prometo.)

Estou com um questionamento na minha cabeça, sentado ao lado da palavra "curso":

Quem não acredita em Deus, recorre a quem ou a o quê nas horas de desespero? Vi um olhar vazio e desesperado ontem. Que me pediu para rezar. Porque ela não acredita, mas eu acredito. Então, eu posso, mediante procuração, rezar por ela. Eu acredito em Deus. Não acredito é em certas pessoas. Será que elas existem?

Bom, de tudo isso surge uma coisa que eu tenho certeza de que me deixa feliz: hoje é o aniversário do Rodolfo. Parabéns, meu anjo. Amo muito você. Hoje à noite nós vamos cantar parabéns para você. Eu, Bíola, Céci, talvez papai e mamãe.

Laila gosta de uvas (come até a casca), Sam está melhor, Babi está adorando a escolinha e eu acho que a Céci estragou meu lápis de olho (ela jura que não). Um dia me disseram que o que me salva é o amor que eu sinto. Ainda bem...