Eu estava aqui brincando com o David, meu amigo querido de trabalho, sobre as opiniões extremas. Desenvolvemos uma teoria dos pontos convergentes (que eu não vou citar aqui porque só tem graça para nós dois), rimos muito, mas depois eu fiquei pensando...
E, para quem não me conhece, quando eu penso é quase um caso de calamidade pública.
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Hoje eu peguei um táxi e comecei a conversar com o motorista, um senhor muito simpático. O papo não foi bem do tipo que me agrada: falamos sobre assalto. Aí eu contei para ele do assalto que eu sofri há uns quinze anos.
O que mais me deixa indignada até hoje é que o assalto rolou em pleno dia, em um lugar razoavelmente movimentado daqui de Brasília e ninguém, repito, ninguém se deu conta de que eu estava sendo assaltada.
Não é que as pessoas tenham evitado se intrometer. Elas realmente não notaram.
Pergunta: você olha para as pessoas enquanto está andando pelas ruas da cidade? Eu queria saber.
Eu olho. E tenho hábitos que alguns dos meus amigos condenam. Por exemplo, quando eu vejo pais batendo em uma criança, tenho vontade de interferir. Mas não faço isso, é claro. Poderia piorar a situação. O que faço é olhar ostensivamente, para que o agressor saiba que ele não está invisível. É lógico que isso não se aplica a uma palmadinha educativa. São cenas de violência mesmo, com tapas no rosto, empurrões. Isso me machuca por dentro.
Já vi cenas assim entre namorados, entre amigos.
Não consigo me ver como um ser à parte da humanidade. Tenho discernimento, é claro, mas às vezes esqueço aquela regra do "cada um cuida de si".
Será que estamos ficando invisíveis? Será que os outros estão se tornando invisíveis para nós?
Brrrr...deu um calafrio...
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