terça-feira, agosto 08, 2006

Caquinhos

Hoje eu estava pensando sobre isto: depois que uma relação (pode ser amorosa, pode ser de amizade) passa por um período de crise, será que dá para voltar ao que era?

Eu estava passando por um período muito tenso com uma pessoa das minhas relações (gostou dessa, Tê?). Resolvi dar um tempo, ficar a uma distância segura, pois as faíscas estavam voando a cada encontro. E não é que melhorou? E não é que eu descobri que não quero ser amiga dessa pessoa? Que a foto fica mais bonitinha assim, com a gente vestida de "conhecidos"?

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Mandaram para o meu e-mail, pela enésima vez, a foto daquela mocinha que fez "Piratas do Caribe" num vestido dourado, maaaagggrrraaa, tadinha. Por um desses sincronismos, ontem eu estava lendo uns depoimentos de uma comunidade do Orkut sobre bulimia e anorexia. (Pausa para você imaginar todos os clichês possíveis)

A cada texto, eu ia ficando mais passada. Eles trocam experiências sobre como vomitar mais facilmente, ou como passar dias sem comer coisa alguma. Chamam os distúrbios por apelidos, decerto para que as outras pessoas não reconheçam. Bulimia virou "Mia"; anorexia é tratada por "Ana" ou "Anna".

"Quando você miou pela primeira vez?" – Tradução: "Quando você induziu o vômito pela primeira vez?"

Algumas pessoas chamam esses distúrbio de "estilo de vida". E ainda tem quem argumente que obesidade também traz doenças graves. Sim, concordo. Mas eles já ouviram falar de equilíbrio??

Duas meninas trocam dicas: "Diz que vai comer no quarto. Aí a sua mãe não vê que você não comeu". "Fala que está com cólica e que não agüenta nem sentir o cheiro da comida".

Tenho uma sobrinha de quase doze anos. Um dia, quando estava com uns oito, nove anos, ela recusou um chocolate que eu ofereci e disse "Obrigada, tia, mas eu estou de dieta". Claro que conversei com ela sobre isso. Disse que ela não podia fazer dieta. Expliquei a necessidade dos nutrientes. Mas... o que a gente pode fazer contra uma mídia tão obsessiva? Contra uma sociedade que enaltece um modelo de beleza e estraçalha quem está fora dele?

Talvez abrir mais os olhos e os ouvidos. Pintaram duas amiguinhas novas na turma? E essas duas amiguinhas atendem pelos singelos apelidos de "Mia" e "Ana"? A mocinha ou o mocinho adquiriram o hábito de comer no quarto, trancados, isolados do mundo? A família e os amigos cobram demais uma aparência considerada ideal? A comida é temperada sempre com alguma emoção?

Não é "estilo de vida". É doença. É distúrbio. E Mata.

P.S.: Eu bem ia postar uma imagem sobre o tema, mas me deu uma agonia...

Um comentário:

tereza pires disse...

hahaha
"pessoa das minhas relações" gostei...! mas prefiri essa frase: "Isso é muita coisa na vida de uma pessoa, assim, a nível de ser humano, enquanto ser vivente!"

hehehe
te amooooo fofa! menos quando vc diz que tem vontade de me bater... ;o)