quarta-feira, junho 21, 2006

Tanto amor


Houve um tempo em que eu te quis com tanta força e com tantas saudades. Todas as noites, eu pedia a Deus, a Buda, a Alá, a Oxalá só mais uma chance. Só mais uma chance de te ver. De te abraçar, de te beijar, de deitar ao teu lado.

Eu não fui uma boa menina. Não obedeci, nem aos meus pais, nem aos pais de ninguém. Não cumpri com as minhas obrigações. Elas ficaram em alguma gaveta, acumulando moras, juros, taxas e números sem sentido.

Menti por boas e por más razões. Enganei, roubei, levantei falso testemunho. Desejei coisas do próximo, e do outro, e do outro, e do outro.

Mas, por essas coisas que a gente não entende na primeira leitura, Deus, ou Buda, ou Alá, ou Oxalá resolveu me dar a chance que eu pedi.

E eu te abracei de novo. E te beijei e deitei ao teu lado. E foi tão simples, muito mais simples do que eu imaginava. Todas as dores voltaram para o seu tamanho natural. E eu respirei de novo, de um jeito que há dez anos não fazia.

Não existe mais caminho a percorrer. Eu sou o caminho. Com pedras, buracos, flores e atalhos. Eu sou o caminho. E tenho você dentro de mim. Para sempre agora.

Um comentário:

Anônimo disse...

Estou sem palavras... lindo, como sempre. Continuo por aqui colocando minha leitura em dia. Bjs